Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Noite das bruxas

Abóboras, roupas negras, disfarces de bruxa, dentes caninos afiados e perucas com teias de aranha… Há cada vez mais gente a comprar isto, apesar da crise.
São as compras para o “Halloween”, a chamada noite das bruxas que o calendário pagão anglo-saxónico assinala para esta noite.
Gostaria muito mais que a minha opinião de hoje fosse inspirada no calendário cristão, mas infelizmente não é esse o calendário que nos guia…
Não estou a pensar tanto nas crianças, que vão para a escola vestidas de bruxas e fantasmas, porque adoram festas e arranjam todos os pretextos para pedir coisas aos pais.
O problema está nos adultos – os da escola e os de casa - que também alinham nisto. Esta noite em Lisboa, Porto e Braga haverá desfiles de “mortos-vivos” e paradas “zombie” para “aterrorizar quem passa”, porque – dizem eles – “esta é a noite em que as bruxas se reúnem numa festa dada pelo diabo”.

Que tristeza este Portugal!

Aura Miguel


(Fonte: site RR)

Bento XVI – “Não existe contraste entre evolução e criação”


O Santo Padre recebeu em audiência os participantes na assembleia plenária da Academia pontifícia das Ciências. No discurso que lhes dirigiu salientou que a verdade científica em si mesma é uma forma de participação da verdade divina. A ciência assim entendida - acrescentou – pode ajudar a filosofia e a teologia a compreender também melhor a pessoa humana e a revelação de Deus acerca do homem, uma revelação que é completa e perfeita em Jesus Cristo.

A natureza – disse o Papa – é u m livro cuja historia, cuja evolução, cuja escritura e significado nós lemos segundo os diferentes contactos das ciências, mantendo ao mesmo tempo firme o pressuposto da presença fundadora do autor que se quis revelar na natureza.Bento XVI fez referência no seu discurso ao evolucionismo, atacado nos Estados Unidos da parte de muitos intelectuais cristãos, que a ele contrapõem a teoria do desígnio inteligente, segundo o qual a simples evolução não é suficiente para explicar a complexidade do universo, que pelo contrário deve pressupor um criador infinitamente inteligente e sapiente.

O Papa não fez referência a esta tensão considerando no seu discurso a evolução com um dado de facto. Mas deu amplo realce á importância do emergir da ideia de criação no pensamento cristão e no nascimento da própria ciência.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Bento XVI – “Procurar a sapiência de Deus que liberta da presunção e do orgulho”

Não á falsa sapiência do orgulho humano, o conhecimento em si não pode fazer mal mas gloriar-se dela causa prejuízo ao trabalho intelectual. Afirmou esta (ontem) quinta -feira à noite Bento XVI encontrando na Basílica de São Pedro os professores e alunos das Universidades pontifícias e eclesiásticas de Roma no final da celebração eucarística por ocasião da abertura do ano académico, presidida pelo Cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da congregação para a educação católica.

Referindo-se a São Paulo o Papa observou: “o Apóstolo denuncia o veneno da falsa sapiência que é o orgulho humano. De facto não é o conhecimento em si que pode fazer mal mas a presunção, gloriar-se da meta de conhecimento que se atingiu ou se presume ter atingido. É precisamente daqui – acrescentou Bento XVI- que derivam depois as facções e as discórdias na Igreja e analogamente na sociedade. Trata-se portanto de cultivar a sapiência não segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Segundo Paulo – explicou ainda o Santo Padre – é sempre necessário purificar o próprio coração do veneno do orgulho presente em cada um de nós. Também nós, como São Paulo devemos gritar: quem nos libertará? E também nós podemos receber com ele a resposta: a graça de Jesus Cristo que o Pai nos deu mediante o Espírito Santo.

O pensamento de Cristo, que por graça recebemos - afirmou depois Bento XVI – purifica-nos da falsa sapiência. E este pensamento de Cristo acolhemo-lo através da Igreja e na Igreja, deixando-nos levar pelo rio da sua tradição viva.

Permanecendo fiéis a Jesus que Maria nos oferece, a Cristo que a Igreja nos apresenta podemos empenhar-nos intensamente no trabalho intelectual, livres interiormente da tentação do orgulho e gloriando-nos sempre e só no Senhor.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Sínodo – depoimento D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei e participante

"Na vida dos santos, o encontro com a Palavra de Deus por meio da leitura da Sagrada Escritura produziu uma mudança radical na sua existência. Temos que procurar ter todos, nós, os nossos sacerdotes e os leigos uma profunda sede de Jesus Cristo, vivendo cada cena do Evangelho como um personagem mais. (...) É oportuno que nós, pastores, no sacramento da Confissão recomendemos, com frequência, aos fiéis a leitura do Evangelho, ensinando a participar no que aí se narra e convidando os penitentes a que dêem, também eles, este mesmo conselho aos colegas, familiares, amigos. (...) É necessário fazer o possível para que todos nós, os cristãos, como os santos, procuremos levar estes textos à nossa vida pessoal quotidiana, para a transformar (...) Seria conveniente promover iniciativas para difundir entre os fiéis esta atitude de oração e de recolhimento interior frente ao Evangelho para que incida realmente na nossa vida quotidiana. Além disso, creio que é muito oportuno cuidar da leitura bem feita, quer dizer, realmente vivida, dos textos da Missa, não como una declamação, mas com a certeza de que Deus está a falar com eles e com a comunidade".


(Fonte – site Opus Dei Portugal)

Saber abrir o caminho a Deus

«Mesmo para as pessoas crentes, totalmente abertas a Deus, as palavras divinas não são à primeira vista compreensíveis e esclarecedoras. Quem pede à mensagem cristã a compreensão imediata do que é banal, fecha o caminho a Deus. Onde não há humildade do mistério acolhido, a paciência que recebe em si, conserva e se deixa lentamente abrir ao que não se compreende, aí a semente da Palavra caiu sobre a pedra; não encontro a boa terra».


(Joseph Ratzinger in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)

A civilização da imagem

Em certo país, existia um quartel militar perto de uma aldeia. No meio do pátio desse quartel estava um banco de madeira. Era um banco simples, branco e sem nada de especial. E junto desse banco estava um soldado de guarda. Fazia guarda de dia e de noite. Ninguém no quartel sabia porque se fazia guarda junto a esse banco. Mas fazia-se. Os oficiais transmitiam a ordem e os soldados obedeciam. Ninguém duvidava. Ninguém perguntava. Era assim.

Até que um dia foi trabalhar para aquele quartel um oficial que era diferente. Tinha o mau costume de perguntar o que ninguém perguntava. Perguntou porque se fazia guarda junto a esse banco. Responderam-lhe que era algo que sempre se tinha feito assim. Era uma ordem que se cumpria há muito tempo e funcionava. Logo, não podia estar errada. O oficial pediu então para ver a ordem escrita. Foi necessária uma pesquisa profunda nos arquivos do quartel, que já estavam cheios de pó. Por fim, alguém conseguiu encontrá-la. Dezoito anos, três meses e cinco dias atrás, um coronel tinha mandado que ficasse um soldado de guarda junto a esse banco. Aí estava a ordem. O motivo, escrito em baixo com letra pequena, era que o banco estava recém-pintado e havia o perigo de alguém se sentar.

Esta história pode ajudar-nos a reflectir sobre a importância da actividade de pensar. A importância de não actuarmos com o argumento de que sempre se fez assim. Porque pensar é útil. Pensar é necessário. E pensar com calma revela-se, com frequência, algo profundamente eficaz. Algo que evita a perda de muito tempo. Quantas vezes temos a sensação de que uma coisa correu mal porque não pensámos bem antes de actuar? Porque não actuámos com ponderação? Porque nos deixámos levar pelo imediato?

Este frenesi está muito relacionado com a civilização da imagem na qual vivemos. É um facto que muitas pessoas vêem muitas imagens e lêem pouco ou quase nada. Não porque sejam analfabetas, mas porque parece mais fácil adquirir conhecimentos assim. Assusta conhecer pessoas que passam horas diante da televisão e nem consideram a possibilidade de abrir um livro. «Se uma imagem vale por mil palavras, qual é a utilidade da leitura? Se já vi o filme, para que é que vou ler o livro?».

E esta importância excessiva dada à imagem em detrimento da palavra explica em parte o pensamento débil de muitos. Porque a actividade de pensar articula-se com palavras. Palavras que chegam ao fundo do espírito, que convidam à reflexão e despertam a inteligência. Uma das características mais habituais daqueles que lêem pouco é a pobreza de vocabulário. E isso produz uma pobreza de pensamento. Uma facilidade para actuar como todos. Uma propensão para deixar-se manipular por slogans simplistas. Uma dificuldade para transmitir o próprio pensamento com palavras adequadas. E quem não sabe transmitir aquilo que pensa, o mais provável é que não pense bem.


Pe. Rodrigo Lynce de Faria

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Declaração do Reitor da Universidade de Navarra

Na sequência do atentado de hoje, Angel J. Gómez-Montoro, Reitor da Universidade de Navarra, produziu a seguinte declaração:

“em primeiro lugar, quero expressar a minha condenação por este acto terrorista. Este ataque à instituição universitária merece o nosso repúdio mais enérgico. Graças a Deus, não temos que lamentar danos graves em pessoas, a todas as afectadas desejo transmitir os meus mais sinceros votos de rápida recuperação.

Desejo ainda agradecer a todos os funcionários da Universidade de Navarra a serenidade demonstrada nesta ocasião, A eles, aos estudantes e às suas famílias, expresso a minha solidariedade e proximidade. Penso reflectir os seus sentimentos ao afirmar que nos propomos recuperar a normalidade o quanto antes, retomando as actividades docentes, assistenciais e de investigação. Fá-lo-emos sem medo e sem rancor. Este parece-me o momento oportuno para recordar a importância do perdão e queremos fazer um apelo aos terroristas para que deixem de provocar o sofrimento a tantas pessoas.

Nestes momentos sentimo-nos muito confortados pelas inúmeras mostras de apoio e carinho recebidas nas últimas horas de instituições e inumeráveis cidadãos. A todos desejo expressar um agradecimento. Não será possível fazê-lo pessoalmente, mas desejo que este lhes chegue o quanto antes”.


(Fonte: site do Opus Dei Espanha com tradução e adaptação de JPR)

Conheça a Universidade de Navarra (espanhol)


Universidade de Navarra – “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (S. Lucas 23, 34)

À indignação inicial pelo sucedido, ocorreram-me as palavras do Senhor na Cruz e pedir-Lhe de coração contrito pelos que sofreram directamente as consequências da maldade alheia.

Não nos esqueçamos também dos muitíssimos milhares, alunos, professores, colaboradores, ex-alunos e professores, amigos e benfeitores, que sofreram o choque no fundo dos seus corações e das suas almas e desejar que da contrariedade saibam tirar forças e que Lhe ofereçam a sua tristeza e preocupação, agradecendo-Lhe não haver vítimas mortais.

À Universidade de Navarra envio “un abrazo muy, muy fuerte”

(JPR)

Segurança no amor do Pai

«Eu vivo persuadido de que, sem olhar para o alto, sem Jesus, jamais conseguirei nada; e sei que a minha fortaleza, para me vencer e para vencer, nasce de repetir aquele brado: tudo posso n'Aquele que me conforta, que contém a segura promessa de Deus de não abandonar os seus filhos, se os seus filhos não o abandonarem.»


(Amigos de Deus 213 – S. Josemaría Escrivá de Balaguer)

Te Deum - Anton Bruckner

Direcção de Herbert von Karajan em 1985.

Obrigado Maestro por tão brilhante direcção.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Mensagem final do Sínodo dos Bispos

Bento XVI – “ao aceitarmos a fraqueza da cruz, experimentamos o poderoso amor de Deus por nós”



A cruz é exemplo de fraqueza, “sempre presente nas pessoas”, mas “ao aceitarmos a fraqueza da cruz, experimentamos o poderoso amor de Deus por nós”.

Na audiência geral desta quarta-feira, na Praça de São Pedro, Bento XVI reflectindo sobre a teologia da Cruz, objecto contínuo da teologia Paulina, salientou que a cruz ocupa o lugar principal na história da humanidade.

“A cruz é «o centro do centro» do mistério cristão. Certamente a encarnação e ressurreição são mistérios centrais do cristianismo, mas São Paulo vê na cruz a manifestação mais eloquente do Amor de Deus por nós”, indicou o Papa.

A experiência de Paulo no caminho de Damasco, recordada pelo Santo Padre na catequese, “mudou completamente a sua existência, marcada pelo significado central da Cruz. Paulo entendeu que Cristo morreu e ressuscitou por ele e por todos”.

Para o apóstolo, “Cristo crucificado é sabedoria porque manifesta em verdade quem é Deus e mostra-nos o amor que salva o homem de forma gratuita. Esta total gratidão é a verdadeira sabedoria”.

“Como sinal de amor e do amor pela humanidade sem pecado, a Cruz convida-nos a uma total sabedoria que aceita o dom gratuito e bondoso de Deus”, sublinhou Bento XVI.

Não faltou nesta audiência geral uma saudação em português:

Amados Irmãos e Irmãs,

A Catequese de hoje nos convida a considerar essa teologia da Cruz, sempre presente nas pessoas, e nela descobrir que o Espírito Santo sustenta nossas fraquezas e nos encoraja a aceitá-la com santa resignação. Aproveito para saudar a todos os peregrinos de Portugal e do Brasil que aqui vieram para rezar junto ao túmulo do Apóstolo Pedro. Que Deus vos abençoe!



(Fonte: site Radio Vaticana)

"Nossa Senhora do Rouxinol" - obra prima de Rafael restaurada









(Detalhe)

Óleo original tem 107 x 77 cm, restauro demorou 10 anos e será exposto na Galería dos Ofícios de Florença.

Malícia

A “malícia” em sentido próprio consiste, para Tomás de Aquino, na revolta voluntária contra Deus, no ódio a Deus; uma posição verdadeiramente absurda, unicamente possível quando a tibieza, o não contra o amor de Deus, se transformou até um centro duma existência. Aqui se vê que a “preguiça” (falsa humildade) e o orgulho se encontram»


(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

50º aniversário da eleição do Papa Roncali, que adoptou o nome de João XXIII


Há precisamente 50 anos, a 28 de Outubro de 1958, era eleito Papa, sucedendo a Pio XII, o cardeal Angelo Roncali, arcebispo de Veneza, que adoptou o nome de João XXIII. A ocorrência não foi esquecida no Vaticano: na basílica de São Pedro, às 17 horas, o cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado, presidiu a uma celebração eucarística, em que participaram nomeadamente uns três mil peregrinos da diocese de Bergamo, de onde provinha o Papa João.

No final da Eucaristia, Bento XVI desceu à basílica para um momento de oração junto do altar onde se encontra sepultado o Beato João XXIII e dirigiu uma saudação aos presentes. Recordando que “vem colocada nas nossas mãos a herança” de todos os santos e bem-aventurados, de “quantos nos precederam no signo da fé”, Bento XVI referiu o dom que a Igreja recebeu com João XXIII:

“Um dom verdadeiramente especial, oferecido à Igreja com João XXIII foi o Concílio Ecuménico Vaticano II, por ele decidido, preparado e iniciado. Encontramo-nos todos empenhados em acolher de modo adequado este dom, continuando a meditar os seus ensinamentos e a traduzir na vida as suas indicações concretas”.

Bento XVI referiu uma passagem da Encíclica “Pacem in Terris”, em que o Papa Roncali escrevia que o crente, vivendo num ambiente muitas vezes hostil ou indiferente, “há-de ser um raio de luz, um centro de amor, um fermento vivificante na massa: e tanto mais o será quanto mais, na intimidade de si mesmo, vive em comunhão com Deus”. “Foi este o programa de vida do grande Pontífice e tal se pode tornar o ideal de cada crente e de cada comunidade cristã” – apontou o Papa.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Seguros da presença de Deus

«Vivei na união e na paz, e Deus estará certamente convosco, pois Deus é um Deus de paz, e aí põe as Suas delícias. O seu amor produzirá a vossa paz e todos os males serão desterrados da vossa Igreja»


(Homília sobre 2 cor, 30 – São João Crisóstomo)


«eschaton»

«Quando o homem começa a olhar e a viver a partir de Deus, quando caminha em companhia de Jesus, passa a viver segundo novos critérios e então um pouco de eschaton, daquilo que há-de vir, está presente já agora.
A partir de Jesus, entra alegria na tribulação».


(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A mensagem final do Sínodo


O Sínodo dos Bispos reunido no Vaticano reafirma que a exegese bíblica e a análise histórica e literária são para a Igreja uma tarefa necessária, e se for excluída, poder-se-á cair no fundamentalismo que, nos factos, nega a encarnação de Deus na história e não reconhece que a Palavra se expressa segundo uma linguagem humana, que deve ser estudada e compreendida. É o que se lê na mensagem conclusiva do encontro dos prelados católicos, publicada hoje em inglês e francês, na vigília do encerramento do Sínodo e apresentada durante uma conferência de imprensa por Dom Gianfranco Ravasi, presidente da comissão para a mensagem. O conhecimento exegético – explica o texto – deve inserir-se de maneira indissolúvel na tradição espiritual e teológica, para não seja quebrada a unidade divina e humana de Jesus Cristo e das Escrituras. O Sínodo encerra-se no Domingo.

(Fonte: H2O News com adaptação JPR)

Pelagianismo... ou formas de

«A primeira variação da presunção, (…), é o pelagianismo burguês-liberal, que se baseia mais ou menos na seguinte consideração: Se Deus tem de existir e se toma realmente conta do homem, não pode ser assim tão tremendamente cheio de pretensões, tal como nos é apresentado pela fé da Igreja. No fundo eu não sou pior que os outros, cumpro o meu dever, e as pequenas fraquezas humanas não podem realmente ser assim tão perigosas. Nesta atitude tão comum estão novamente escondidas a auto-redução e a modéstia pessoal (…) perante o amor infinito, do qual o indivíduo, com o burguês contentamento de si mesmo, pensa não ter necessidade. Talvez durante tempos tranquilos se possa viver prolongadamente nesta atitude, mas nos momentos de crise ou a pessoa se converte ou cai no desespero».

«A outra face do mesmo vício é o pelagianismo dos piedosos. Estes não querem ter perdão algum e, de um modo geral, nenhum verdadeiro dom de Deus. Querem estar em ordem, não querem perdão, mas justa recompensa. Quereriam não esperança, mas segurança. Com um duro rigorismo de exercícios religiosos, com orações e acções, querem ter direito à beatitude. Falta-lhes a humildade essencial para qualquer amor, a humildade de receber dons que ultrapassam a nossa acção e o nosso merecimento. A negação da esperança a favor da segurança, diante da qual nos encontramos agora, baseia-se na incapacidade de viver a tensão do que está para vir e de se abandonar à bondade de Deus. Assim, este pelagianismo é uma apostasia do amor e da esperança e em profundidade também da fé».


(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)

O pecado original

«A doutrina da Igreja sobre a transmissão do pecado original foi definida sobretudo no século V, particularmente sob o impulso da reflexão de Santo Agostinho contra o pelagianismo, e no século XVI, por oposição à Reforma protestante. Pelágio sustentava que o homem podia, pela força natural da sua vontade livre, sem a ajuda necessária da graça de Deus, levar uma vida moralmente boa; reduzia a influência do pecado de Adão à de um simples mau exemplo. Os primeiros reformadores protestantes, pelo contrário, ensinavam que o homem estava radicalmente pervertido e a sua liberdade anulada pelo pecado das origens: identificavam o pecado herdado por cada homem com a tendência para o mal (“concupiscência”), a qual seria invencível. A Igreja pronunciou-se especialmente sobre o sentido do dado revelado, quanto ao pecado original, no segundo Concílio de Orange em 529 e no Concílio de Trento em 1546».

(Catecismo da Igreja Católica § 406)

«Embora próprio de cada um, o pecado original não tem, em qualquer descendente de Adão, carácter de falta pessoal. É a privação da santidade e justiça originais, mas a natureza humana não se encontra totalmente corrompida: está ferida nas suas próprias forças naturais, sujeita à ignorância, ao sofrimento e ao império da morte, e inclinada ao pecado (inclinação para o mal, que se chama concupiscência). O Baptismo, ao conferir a vida da graça de Cristo, apaga o pecado original e reorienta o homem para Deus, mas as consequências para a natureza, enfraquecida e inclinada para o mal, persistem no homem e convidam-no ao combate espiritual»

(Catecismo da Igreja Católica § 405)

«Trazemos em nós mesmos - consequência da natureza decaída - um princípio de oposição, de resistência à graça: são as feridas do pecado original, agravadas pelos nossos pecados pessoais. (…) Enquanto pelejamos - uma peleja que durará até à morte - não excluas a possibilidade de que se levantem, violentos, os inimigos de fora e de dentro».

(Amigos de Deus 214 - S. Josemaría Escrivá de Balaguer)

domingo, 26 de outubro de 2008

Bento XVI – na Santa Missa de encerramento do Sínodo


O Santo Padre deslocar-se-á à África no próximo mês de Março, participando em Angola nas celebrações dos 500 anos da evangelização do país. O anúncio foi dado pelo próprio Bento XVI, no final da homilia da Missa celebrada neste domingo de manhã, na basílica de São Pedro, na conclusão da assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na vida e missão da Igreja. O Papa explicou que a sua viagem pastoral terá como primeira meta a República dos Camarões, para entregar aos representantes das Conferências Episcopais da África o “Instrumentum laboris” (documento preparatório) da Assembleia especial do Sínodo para a África, que terá lugar em Roma, em Outubro de 2009.

Na homilia, o Pontífice, comentando as leituras do dia, sublinhou “o elo existente entre a escuta amorosa de Deus e o serviço desinteressado aos irmãos”. Bento XVI fez notar que as experiências e reflexões partilhadas no Sínodo das últimas três semanas “põem em destaque que hoje em dia emerge a necessidade de uma escuta mais íntima de Deus, de um conhecimento mais autêntico da sua palavra de salvação; de uma partilha mais sincera da fé, que se alimenta constantemente da mesa da palavra divina”.

Nas saudações a todos e cada um dos participantes no Sínodo, o Santo Padre referiu muito especialmente os Bispos chineses, impedidos de se deslocar a Roma nesta ocasião:

“Dirijo um pensamento especial aos Bispos da China continental, que não puderam estar representados nesta assembleia sinodal. Desejo fazer-me aqui intérprete – e disso dar graças a Deus – do seu amor por Cristo, da sua comunhão com a Igreja universal e da sua fidelidade ao Sucessor do Apóstolo Pedro”.

“Eles estão presentes na nossa oração, juntamente com todos os fiéis que estão confiados aos seus cuidados pastorais” – assegurou Bento XVI.

“Peçamos ao Pastor supremo do rebanho que lhes dê alegria, força e zelo apostólico para guiarem com sapiência e abertura de espírito a comunidade católica na China, a nós tão querida”.

O Papa mencionou “a renovada consciência” que agora levam consigo todos os que participaram nos trabalhos sinodais:

“É tarefa prioritária da Igreja, no início deste novo milénio, nutrir-se antes de mais da Palavra de Deus, para tornar eficaz o empenho da nova evangelização. Há que levar agora a todas as comunidades esta experiência eclesial: é importante que se compreenda a necessidade de traduzir em gestos de amor a palavra escutada, porque só assim se torna credível o anúncio do Evangelho”.

E isso não obstante as fragilidades humanas das pessoas – observou ainda o Papa. “O que se requer em primeiro lugar é um conhecimento mais íntimo de Cristo e uma escuta cada vez mais dócil da sua palavra”.

Aludindo ao Ano Paulino, Bento XVI evocou um “critério indispensável de verificação da missão da Igreja”: “dar testemunho claro e partilhado de uma vida segundo a Palavra de Deus, atestada por Jesus”.

“Quem julga ter compreendido as Escrituras, ou ao menos uma parte delas, sem se empenhar em construir, mediante a inteligência das mesmas, o duplo amor de Deus e do próximo, na realidade mostra encontrar-se ainda longe de ter captado o seu sentido profundo”.

Comentando a afirmação do Concílio Vaticano II, sobre a necessidade de os fiéis terem “amplo acesso à Sagrada Escritura” (DV 22), Bento XVI observou que “se trata de um requisito hoje em dia indispensável para a evangelização”, que requer uma especial preparação dos pastores e dos leigos.

“Dado que muitas vezes o encontro com a Escritura corre o risco de não ser um facto de Igreja, ficando antes exposto ao subjectivismo e à arbitrariedade, torna-se indispensável uma forte e credível promoção pastoral do conhecimento da Sagrada Escritura, para anunciar, celebrar e viver a Palavra na comunidade cristã, dialogando com as culturas do nosso tempo, colocando-se ao serviço da verdade e não das ideologias correntes e incrementando o diálogo que Deus quer ter com todos os homens”.

Finalmente, uma referência à liturgia como “lugar privilegiado em que ressoa a Palavra de Deus, que edifica a Igreja”. É na liturgia que se torna manifesto o facto de a Bíblia ser “o livro de um povo e para um povo; uma herança, um testamento entregue aos leitores para que actualizem na sua vida a história da salvação testemunhada no texto escrito”.

“Há portanto uma relação de recíproca pertença vital entre povo e Livro. A Bíblia permanece um Livro vivo com o povo que o lê. O povo não subsiste sem o Livro, porque nele encontra a sua razão de ser, a sua vocação, a sua identidade.”

“Esta mútua pertença entre povo e Sagrada Escritura celebra-se em cada assembleia litúrgica, a qual, graças ao Espírito Santo, escuta Cristo, porque é Ele que fala quando na Igreja se lê a Escritura e se acolhe a aliança que Deus renova com o seu povo”. “Escritura e liturgia convergem, portanto, no único fim de levar o povo ao diálogo com o Senhor. A Palavra saída da boca de Deus e testemunhada nas Escrituras volta a ele em forma de resposta orante do povo”.

Foi na conclusão da homilia, que o Papa, confiando à intercessão de Maria a II Assembleia especial do Sínodo para a África, anunciou a sua viagem a este continente:

“É minha intenção deslocar-me em Março próximo aos Camarões, para entregar aos representantes das Conferências Episcopais da África o Instrumentum laboris de tal Assembleia sinodal.Dali prosseguirei, se Deus quiser, para Angola, para celebrar solenemente o quinto centenário da evangelização do país”.



(Fonte: site Radio Vaticana)

Uma das origens do ódio nos nossos tempos

«Num sentido muito mais geral poderemos dizer que o homem que se nega à sua grandeza metafísica é um apóstata relativamente à vocação da divina humanidade. O imenso ódio que hoje está em ebulição em certos grupos terroristas não é compreensível sem esta obrigação de pisar a consciência e tudo quanto lhe recorda a sua mensagem.


(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)

Mozart Gran Misa en do m. -2. Gloria (Bernstein)



Último concerto dirigido por Leonard Bernstein em Abril de 1990, W. A. Mozart eleva-nos até muito próximo do Senhor no Seu Reino e Bernstein, de origem judaica, e todos os músicos e intérpretes, pela excepcional qualidade da sua interpretação, ajudam-nos a aproximar do Paraíso.

Este concerto está subdividido em 11 vídeos, publicá-los-emos à cadência de um por Domingo em louvor do Senhor e para nosso gáudio e elevação espiritual.

Votos de um Bom Domingo do Senhor!

Te Deum laudamus - W.A. Mozart

sábado, 25 de outubro de 2008

Papa analisa 53 propostas

Do Sínodo que decorre em Roma saíram 53 propostas divididas em três partes (a palavra de Deus na Fé, na vida e na missão da Igreja) e já entregues ao Papa Bento XVI.

No essencial não há grandes novidades, mas as propostas apontam para uma maior articulação em tudo o que se refere à palavra de Deus: espera-se uma maior atenção às homilias e ao modo de as preparar, aposta-se na formação bíblica dos cristãos – a começar pelos jovens – e no mais fácil acesso à Bíblia.

O diálogo ecuménico e o diálogo inter-religioso merecem referências especiais e os Bispos consideram também que a Terra Santa é como um quinto Evangelho e recomendam aos cristãos para lá irem em peregrinação.

Entretanto, o Cardeal Ouellet, relator principal do Sínodo, em conferência de imprensa, sublinhou a importância das conclusões do encontro.

“Este Sínodo permite-nos entrar numa nova fase da missão porque a Igreja retoma a consciência do seu fundamento, que é a palavra de Deus. E a sua missão é comunicar a Palavra de Deus ao mundo porque a viragem deste Sínodo é a de recuperar a Bíblia como o livro de todos e não apenas dos especialistas. A partir dai, a missão”, disse.

O Papa Bento XVI encerra amanhã oficialmente o Sínodo dos Bispos com uma missa em Roma.

Desde 5 de Outubro que quase 300 Bispos de todo o mundo estão reunidos neste Sínodo, dedicado à palavra de Deus e à missão da Igreja.


CC/Aura Miguel


(Fonte: site RR)

Patriarcas e Bispos Orientais presentes no Sínodo lançam um apelo a favor dos cristãos perseguidos pela sua fé

Um premente apelo a favor da paz, da justiça e da liberdade religiosa na Terra Santa, Líbano , Iraque e Índia foi entregue na tarde desta sexta feira ao Papa pelos Patriarcas e Bispos Orientais presentes no Sínodo.

No texto, os prelados exprimem ao Papa profundo reconhecimento por este “sempre ter elevado, pronta e incansavelmente, súplicas a Deus, fazendo também ouvir a sua voz a favor dos irmãos e irmãs do Oriente”. E é assim, do mesmo modo, que, “como discípulos de Cristo, pais e chefes das Igrejas Orientais católicas”, estes imploram a Deus e a todos dirigem um “apelo para que se confirmem todos os esforços para favorecer por toda a parte a paz, na liberdade, na verdade e no amor”.

Os Patriarcas católicos orientais referem toda a sua preocupação e solidariedade perante “os sofrimentos de tantos nossos fiéis e filhos”, “pessoas em extrema dificuldade pela idade, saúde e necessidades espirituais e materiais”, sentem-se no “dever de se fazerem intérpretes das suas justificadas expectativas para que se assegure sem mais tardar a cada um uma vida digna, numa profícua convivência social”.

Trata-se – dizem – de “um imperativo” ao qual não podem nem querem subtrair-se. E pedem, portanto, “paz, na justiça (de que é garantia uma efectiva liberdade religiosa)”, especialmente para a Terra Santa, Líbano, Iraque e Índia.Prestando “homenagem aos cristãos que perderam recentemente a vida em fidelidade ao Senhor” e “encorajados pela fraternidade” manifestada pelo Papa e pelos Padres sinodais, os Patriarcas católicos do Oriente apresentam, a diferentes grupos de pessoas, uma série de solicitações: - “aos cristãos e a todos os homens de boa vontade, para que pratiquem o respeito e o acolhimento do outro na vida quotidiana, tornando-se próximo de todos os que se encontram na necessidade, próximo e distantes; - “aos pastores e responsáveis religiosos, para preguem e favoreçam tal atitude, apoiando e multiplicando as iniciativas de mútuo conhecimento, de diálogo e de socorro; - “à comunidade internacional e aos homens de governam, para que garantam a nível legislativo a autêntica liberdade religiosa, superando toda e qualquer discriminação e ajudando todos os que são constrangidos a deixar a sua terra por motivos religiosos”.

Os Bispos, “pastores do Oriente”, concluem este “humilde mas insistente apelo”, exprimindo a esperança de que este possa ser “uma via em direcção à paz”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

O Evangelho de Domingo 26 de Outubro



São Mateus 22,34-40

Naquele tempo, os fariseus, ouvindo dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus, reuniram-se em grupo, e um doutor da Lei perguntou a Jesus, para O experimentar:

«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?».

Jesus respondeu:

«‘Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’.

Este é o maior e o primeiro mandamento.

O segundo, porém, é semelhante a este:

‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.

Existência cristã

«A grande expectativa para a existência cristã continua a ser o facto de ela dar Totalmente Outro, que não se encontra em mais nenhuma parte, a comunhão dos santos, e desse modo a cura, inclusivamente da nossa interioridade».


(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)

Franz Schubert - Ellens Gesang Nr 3 - Ave Maria

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Mensagem do Sínodo dos Bispos ao povo de Deus

A Mensagem final da XII assembleia-geral ordinária do Sínodo dos Bispos, a decorrer no Vaticano, foi tornada pública esta Sexta-feira. Os delegados dos episcopados católicos de todo o mundo defendem a presença da Bíblia nas famílias, nas escolas e no mundo da cultura, utilizando também a “comunicação informática, televisiva e virtual”.

O texto, divulgado pela página oficial do Sínodo, divide-se em quatro capítulos (A voz da Palavra: a Revelação; o rosto da Palavra: Jesus Cristo; a casa da Palavra: a Igreja; as estradas da Palavra: a missão) e 15 pontos.

“A Bíblia deve entrar nas famílias, para que os pais e os filhos a leiam, rezem com ela e esta seja para elas uma luz para os passos no caminho da existência”, pode ler-se.

Os Bispos reunidos no Vaticano destacam que “as Sagradas Escrituras devem entrar também nas escolas e nos âmbitos culturais, porque foram durante séculos a referência capital da arte, da literatura, da música, do pensamento e da própria ética comum”.

“A sua riqueza simbólica, poética e narrativa torna-a uma bandeira da beleza, seja para a fé seja para a própria cultura, num mundo muitas vezes desfigurado pela brutalidade e as porquidões”.

A Mensagem sinodal é dirigida a todos os católicos, em particular aos “pastores”, aos “muitos e generosos catequistas” e a quantos orientam a Igreja “na escuta e na leitura amorosa da Bíblia”.

Os padres sinodais consideram que o texto bíblico “apresenta também o sopro de dor que sai da terra, vai ao encontro dos oprimidos e do lamento dos infelizes”, por ter no seu cume “a cruz onde Cristo, só e abandonado, vive a tragédia do sofrimento mais atroz e da morte”.

Os fiéis são convidados a “guardar a Bíblia” nas suas casas, para que “leiam, aprofundem e compreendam plenamente as suas páginas”, transformando-as em “oração e testemunho de vida” e deixando espaços de “silêncio” neste processo.

Para evitar o “fundamentalismo”, refere o texto, “cada leitor das Sagradas Escrituras, mesmo o mais simples, deve ter um conhecimento proporcional do texto sagrado, recordando que a Palavra de revestiu de palavras concretas”, para “ser audível e compreensível para a humanidade”.

Olhar ecuménico

A mensagem recorda os “irmãos e irmãs das outras Igrejas e comunidades cristãs” que caminham nas mesmas “estradas do mundo” e que apesar das separações visíveis “vivem uma unidade real, ainda que não plena, através da veneração e do amor pela Palavra de Deus”.

Neste contexto, o Sínodo lembra os “homens e mulheres de outras religiões que escutam e praticam fielmente os ditames dos seus livros sagrados e que, connosco, podem edificar um mundo de paz e de luz, porque Deus quer que «todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade»”.

O presidente da Comissão para a Mensagem, Arcebispo Gianfranco Ravasi, considera que o texto é de “largo fôlego, com um certo pathos, para fazer com que não seja só um documento teológico”.

Estrutura

A mensagem recorre a quatro “pontos cardeais”, que correspondem aos seus capítulos. Em primeiro lugar, “a voz divina” que “ressoa desde as origens da criação”, e entra depois “na história ferida pelo pecado e sacudida pela dor da morte”.

Em segundo lugar surge “o rosto”, ou seja, Jesus Cristo, que “torna perfeito o nosso encontro com a Palavra de Deus” e revela o “sentido pleno e unitário das Sagradas Escrituras”. Seguidamente, “a casa da Palavra Divina”, a Igreja, que se ergue sobre quatro colunas: o ensino, a fracção do pão, a oração e a comunhão fraterna.

O último ponto refere-se à “estrada pela qual caminha a Palavra de Deus”.

“A Palavra de Deus deve percorrer as estadas do mundo”, incluindo “a comunicação informática, televisiva e virtual”, apontam os Bispos.

“Esta nova comunicação adoptou, em relação à tradicional, uma gramática expressiva específica, pelo que é necessário estar bem munidos, não só tecnicamente, mas também culturalmente para esta tarefa”, diz a Mensagem final do Sínodo.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Mimados

É impressionante o relato de cristãos cuja vida corre perigo.

Durante os trabalhos do Sínodo dos Bispos, os testemunhos do Iraque e da Índia reflectem a tragédia de muitas famílias, religiosos e religiosas, sacerdotes e até bispos que sofrem por causa de Cristo. Mas, apesar das ameaças, do medo e da violência – mesmo arriscando-se a morrer – permanecem fortes na fé e no amor à Palavra de Deus.

Comovente, também, o relato de um bispo da ex-URSS, proveniente de uma República Báltica, onde a polícia ordenou numa paróquia que todas as Bíblias fossem deitadas ao chão e espezinhadas pelo padre. E o Padre, em vez de as pisar, ajoelhou-se para as beijar e, por causa disso, foi condenado para a Sibéria.

E nós, por cá, ou andamos distraídos ou ainda nos queixamos…

Somos mesmo mimados!
Aura Miguel


(Fonte: site RR)

Sagradas Escrituras (5)


A transmissão através dos tempos

D. José Policarpo apela à reflexão sobre estilo de vida

Em declarações à Renascença, D. José Policarpo afirma que é preciso perceber que a felicidade não se resume à quantidade de bens materiais que cada um possui.“Talvez nós todos, como sociedade, e as pessoas em concreto, tenhamos que meditar um pouco se o modelo de felicidade, muito centrado no ter, no ter sempre mais, se é um modelo válido, se nós não teremos de ter modelos muito mais modestos e austeros de vida”, refere.

O Patriarca de Lisboa afirma, também, que esta não é altura para pessimismos e louva o esforço que a nível internacional se está a fazer para reflectir sobre a fragilidade dos mercados, e sobre o que é necessário para combater futuras crises.

“Faz-me muito impressão como um sistema global de desenvolvimento de economia, de finanças ao serviço da economia, é tão frágil a ponto de por um banco ir à falência ficar o mundo em crise. Acho que há aqui uma criatividade a pensar e vejo com agrado que os dinamismos internacionais estão na linha de aceitar esse desafio”, salienta.

D. José Policarpo falava no final de uma Eucaristia, na Igreja de São Nicolau, em Lisboa, que juntou membros da Associação Cristã de Empresários e Gestores de Empresas (ACEGE).

RV

(Fonte: site RR)

«Quer vivamos quer morramos, somos do Senhor» (Rom 14,8)

«Ao movimento linear da nossa vida para a morte responde o círculo do amor divino, que se torna para nós uma nova linha, um renovamento perene e progressivo da vida em nós quanto mais a vida se torna, simplesmente, relação entre mim e a verdade feita pessoa – Jesus -. A inevitável linearidade do nosso caminho para a morte é transferida pela linha directa do nosso caminho para Jesus».


(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Cada um deve ter uma Bílbia



Em Portugal permito-me recomendar uma pequena edição do Novo Testamento, os Quatro Evangelhos, os Actos dos Apóstolos, as Epístolas de São Paulo e o Apocalipse de S. João, da Editorial A.O. - Braga, pequena em tamanho e peso, que vem já com sugestão de subdivisões para uma leitura diária de pequenos trechos para meditação, inclusivamente existem dois esquemas, um para uma leitura total anual e uma outra para duas leituras anuais.

(JPR)

Livro: Vaticano apresenta "Opera Omnia" de Bento XVI em alemão

Lisboa, 23 Out. (Lusa) - O Vaticano apresentou quarta-feira o primeiro volume em alemão da "Opera Omnia" (colectânea com toda a obra) do papa Bento XVI.

Segundo o bispo de Regensburg (Alemanha), Gerhard Ludwig Müller, trata-se de "uma obra teológica que sem dúvida está entre as mais importantes dos séculos XX e XXI".

Müller, que apresentou a obra, disse que Bento XVI é um "dos grandes teólogos que ocuparam a poltrona de Pedro" e que ao longo da sua actividade académica como professor de Teologia Fundamental e Dogmática elaborou "com autonomia um dos mais importantes estudos teológicos dos séculos XX e XXI".

Ratzinger leccionou nas universidades de Frisinga, Bona, Munster, Tübingen e Regensburg. Nesta última, foi professor desde 1969 até 1977, quando foi nomeado arcebispo de Munique.

Bento XVI está ligado a Regensburg também por razões familiares. Os seus pais -Josef e Maria- e a sua irmã Maria estão ali enterrados e tem uma casa no bairro de Pentling.

Durante a sua viagem à Baviera, em 2006, o papa visitou a universidade de Regensburg e aí deu a famosa aula magna, na qual falava de Maomé, considerada "ofensiva" pelo mundo islâmico e que suscitou ira dos muçulmanos.

O motivo foi a citação que fez do diálogo entre o imperador bizantino Manuel II Paleólogo e um erudito persa, no qual o líder dizia que "Maomé não tinha trazido nada novo, excepto a ordem de estender a fé pela espada", pôs em pé de guerra o mundo muçulmano.

O bispo de Regensburg disse hoje que essa aula magna "marcou um momento mágico na história universitária não só alemã" e que na mesma o papa sublinhou mais uma vez a "íntima conexão entre fé e razão".

O bispo Müller manifestou que Regensburg recolherá e tutelará toda a obra de Ratzinger e que esta cidade será a sede do Instituto Bento XVI.
Müller precisou que foi pessoalmente encarregado pelo Papa da publicação da sua colecção de escritos.

A Opera Omnia é composta por 16 tomos. Começa com a tese de licenciatura de Joseph Ratzinger sobre "A doutrina agostiniana da Igreja" e com outros escritos sobre o santo que mais o marcou.

O segundo tomo recolhe os escritos do pontífice sobre São Boaventura.

O terceiro, partindo da conferência que Ratzinger deu em Bona em 1959 sobre "O Deus da fé e o Deus dos filósofos", inclui todos os textos sobre fé e razão e as suas reflexões sobre os fundamentos históricos-ideais da Europa.

O quarto volume parte da Introdução ao Cristianismo (1968) e reúne outros artigos sobre fé, baptismo e conversão.

Do quinto ao décimo segundo existem textos sobre teologia sistemática.

O quinto reúne os textos sobre a Doutrina da Criação, Antropologia e Doutrina da Graça; o sexto parte do livro Jesus de Nazaré e recolhe todos os estudos da argumentação cristã.

O sétimo inclui textos da fase preparatória do Concílio Vaticano II e o oitavo é sobre ecumenismo e outros escritos eclesiásticos.

O nono recolhe os textos de Ratzinger em matéria de Gnose Teológica e Hermenêutica, bem como seus estudos sobre Escrituras, Revelação e Tradição.

O décimo tomo é aberto com "Escatologia" (1977), único manual dogmático teológico de Ratzinger até agora publicado.

O décimo primeiro inclui a Teologia da Liturgia e o décimo segundo recolhe textos sobre os sacramentos e serviço espiritual.

O décimo terceiro recolhe as numerosas entrevistas de Joseph Ratzinger; o décimo quarto, as homilias.

O décimo quinto parte da autobiografia "Minha vida" e inclui outros textos de carácter biográfico. O último volume é uma bibliografia completa das obras do papa em idioma alemão.

A "Opera Omnia" será publicada na Alemanha pela editora Herder Verlag. A Livraria Vaticana, que tem direito exclusivo sobre as obras papais, publicará a colectânea noutros idiomas.


CMJ.
Lusa/Fim


(Fonte: "Expresso" online)

Esperamos ansiosamente pela edição em português!

Sagradas Escrituras (4)


As diversas traduções dos textos bíblicos

Reconciliação entre os homens

«Nós sabemos, com efeito, que tal reconciliação entre eles é e não pode ser senão o fruto do acto redentor de Cristo, morto e ressuscitado para derrotar o reino do pecado, restabelecer a aliança com Deus e deste modo derrubar o muro de separação que o pecado tinha levantado entre os homens»


(Reconciliatio et Paenitentia, nº 7 – João Paulo II)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Bento XVI – Audiência Geral “A centralidade de Cristo ressuscitado no mistério da salvação”



Cristo não é um “princípio abstracto”, mas uma pessoa. É o “princípio para compreender o mundo”, mas também “uma pessoa que me amou, com a qual posso falar, que me escuta”. Afirmações do Santo Padre, nesta quarta-feira, na Praça de São Pedro, perante umas vinte mil pessoas, ilustrando os princípios da Cristologia elaborada por São Paulo, sobretudo nas suas Cartas. O Apóstolo dos Gentios afirma “a centralidade de Cristo ressuscitado no mistério da salvação” - explicou Bento XVI, que se concentrou desta vez sobre dois aspectos: preexistência e incarnação.


“Para Paulo, há uma perfeita identidade salvífica entre Aquele que vive eternamente na glória e o Jesus terrestre”. “Paulo apresenta-nos Cristo como a sabedoria de Deus, o centro e cumprimento do eterno plano de salvação do Pai. O hino inserido na sua Carta aos Filipenses põe em contraste a preexistência de Cristo na forma de Deus e a sua subsequente kenose (esvaziamento) até à morte, e morte de Cruz”.

Embora sendo o critério – sublinhou o Papa Ratzinger – nunca se torna um princípio abstracto, permanece sempre a pessoa de Jesus que me amou, com o qual posso falar, que me escuta, que me responde. É este o princípio para compreender o mundo e para encontrar o caminho, na história”.

O intento de são Paulo, sobretudo nas várias Cartas – explicou o Papa – “visa sobretudo a edificação das comunidades nascentes, concentrando tudo sobre Cristo vivo e presente no meio dos seus”.

Mas escutemos as saudações dirigidas pelo Papa aos peregrinos de língua portuguesa:

"Amados peregrinos de língua portuguesa, uma saudação afectuosa para todos, especialmente para os grupos do Brasil e de Portugal:

esta peregrinação a Roma encha de luz e fortaleza o vosso testemunho cristão, para confessardes Jesus Cristo como único Salvador e Senhor da vida: fora d'Ele, não há vida, nem esperança de a ter. Com Cristo, sucesso eterno à vida que Deus vos confiou. Para cada um de vós e família, a minha Bênção!"


(Fonte: site Radio Vaticana)

Sínodo 2008 - apresentado o texto provisório das Proposições finais que deverão ser emendadas e votadas





Na manhã desta terça feira (ontem), na presença de Bento XVI a assembleia geral do Sinodo dos bispos escutou a leitura da texto único das proposições finais.

Trata-se de um documento provisório que deverá ser emendado e votado no próximo sábado. Foi o relator geral e o secretário especial do Sínodo, respectivamente o cardeal Marc Ouellet e D. Laurent Monsengwo Pasinya que apresentaram aos padres sinodais a lista das 53 proposições unificadas. Uma leitura a duas vozes na qual se advertiu claramente o eco das intervenções na Aula Sinodal nos dias passados.

A partir da premissa sobre os grandes benefícios, teológicos e pastorais trazidos pela Dei Verbum, a constituição dogmática sobre Revelação Divina, assinada há 40 anos, os padres sinodais fazem votos antes de mais no sentido de que os fiéis cresçam na consciência acerca da Palavra de Deus, da sua força salvífica, mas também que a Igreja reforce a sua vocação missionária.

Então, como agir? Em primeiro lugar, a lista única das proposições sugere que se olhe para a reconciliação trazida pelo Verbo Divino. Em situações de conflitos étnicos e de tensões inter-religiosas, é auspiciado o empenho dos católicos na construção de pontes de diálogo para construir uma sociedade mais harmoniosa.

Neste sentido é importante que cada fiel possua a própria Bíblia pessoal.

Depois a Liturgia: foi auspiciado que a Sagrada Escritura ocupe um lugar visível nas Igrejas e que o papel dos leitores seja estudado e aprofundado, também olhando para as novas técnicas da comunicação e para o uso de instalações sonoras idóneas.

Central a necessidade de homilias que convidem á missão, preparadas com a oração e alimentadas com a doutrina. Possível portanto a instituição de um directório homilético. Assim como foi referida a revisão do Leccionário, para o tornar mais adequado aos tempos modernos, e á importância da mulher não só na família e na catequese, mas também no lectorado bíblico. Foi enfrentado também o tema da Lectio divina, que se deve promover nas paroquias, nas famílias, nos movimentos eclesiais, na formação dos futuros sacerdotes e na catequese, para que a formação dos baptizados seja continua e não se reduza apenas á administração dos sacramentos.

Depois, e em referencia á intervenção de Bento XVI na aula sinodal no passado dia 14, falou-se da exegese bíblica e da necessidade de superar o dualismo entre exegese e a teologia, e de olhar para a hermenêutica histórica e de fé.Ainda o grande tema da missão, em particular em relação aos pobres, aos marginais, ao deficientes, para que a inculturação da Bíblia toque todos os povos da terra. Preocupação neste campo foi expressa pelo fenómeno das seitas, um fenómeno que deve ser estudo para ser melhor enfrentado. O diálogo com os hebreus a partir da plataforma do Antigo Testamento e com os muçulmanos, centrado no elemento comum do único Deus.

É importante porém reafirmar o valor da vida e os direitos do homem e da mulher. E um pensamento foi também á ecologia, para que seja promovida cm base na Palavra de Deus, com o empenho pela salvaguarda da criação.Estes em síntese os temas principais tratados na lista única das Proposições que agora os padres sinodais deverão emendar e votar.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Sagradas Escrituras (3)



O Novo Testamento

Jesus Cristo que é Deus, é a Ponte para o Pai...


Não nos esqueçamos de recorrer também a intercessão da Virgem Maria, Filha, Mãe e Esposa de Deus, Espírito Santo, pois Ele como bom e misericordioso Pai, Filho e Esposo não é ciumento e ficar-nos-á grato.
(JPR)

Ele é a nossa Paz…

«É, pois, exigência das próprias coisas, (…) nos voltemos com oração suplicante para Aquele, que com os seus dolorosos tormentos e com a Sua morte não só destruiu o pecado – fonte e princípio de todas as divisões, de todas as misérias e de todos os desequilíbrios – mas que, ao derramar o Seu sangue, reconciliou o género humano com o Seu Pai Celestial, o que dos dois (povos) fez um só».


(Pacem in terris, nºs 168-169 – João XXIII)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A Bíblia é mais do que um livro

D. José Policarpo (Cardeal Patriarca de Lisboa) defendeu esta Terça-feira em Lisboa que o desconhecimento do texto bíblico é uma “forma de iliteracia cultural”.

“Desconhecer a Bíblia não é apenas uma carência do ponto de vista religioso, mas é também uma forma de iliteracia cultural, pois significa perder de vista uma parte decisiva do horizonte onde historicamente nos inscrevemos”, assegurou.

Numa conferência intitulada "Literatura e o drama da Palavra”, proferida no âmbito da exposição Weltliteratur, promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, o Patriarca de Lisboa indicou que “a Bíblia não é um livro, é uma biblioteca, comporta dezenas de livros e de autores distintos, de diversas épocas e em variados estilos literários, que vão da narrativa histórica ou simbólica, ao género epistolar e à poesia”.

Na sua conferência, o Cardeal referiu que “a palavra da Bíblia pretende dizer-nos Deus e o que Deus tem para nos dizer, o que desencadeia no leitor a busca do acolhimento de Deus e descoberta da própria vida, à luz do que Deus procura dizer-nos acerca de nós e do conjunto da história da humanidade”.

Num tom intimista, o Cardeal-Patriarca assinalou que “procurei respostas na literatura, mais do que em modelos vivos de pessoas que conhecia. Mais tarde, vim a perceber que estes dois caminhos de procura de respostas se entrecruzam inevitavelmente e se iluminam mutuamente”.

D. José Policarpo considera que “os textos mais apaixonantes são aqueles em que o autor deixa um vasto espaço para o leitor”.

Falando numa “crise da palavra”, o Patriarca de Lisboa quis “implorar a todos os que falam ou escrevem, na Igreja e fora dela, nos palcos da política, da cultura, da comunicação social, que salvem a Palavra, não a matem sufocada pelas «vozes», pois só a Palavra maturada no silêncio será ouvida e desencadeará nos outros caminhos de vida”.

Este responsável lembra que, na Igreja Católica, “a dimensão comunitária garante a objectividade da recepção da mensagem através das gerações. A comunidade crente, que escuta a Palavra e que, escutando-a, se põe a caminho é a mesma que, há muitas gerações, se congrega para escutar”.

“A maneira como receberam a Palavra defende-nos do subjectivismo radical na captação da sua mensagem, embora essa objectividade de sentido, apoiada no ensinamento progressivo da Igreja, nunca feche o texto a novos desafios e a novas descobertas da exigência da caminhada da vida”, acrescenta.

Em conclusão, o Cardeal-Patriarca disse que “um só modelo me atrai e me interpela: Jesus Cristo morto e ressuscitado. Só Ele me desinstala de todos os presentes humanamente conseguidos e me convida a encetar sempre um caminho novo”.


(Fonte: site Ecclesia e foto da Lusa a partir do mesmo site)

Sagradas Escrituras (2)


Antigo Testamento, Deus falou através dos Profetas

Sínodo beneficia a unidade dos cristãos


O Cardeal Walter Kasper, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, diz que o Sínodo dos Bispos já fortaleceu significativamente as relações ecuménicas.

“Os nosso irmãos protestantes presentes estão muito impressionados com a importância que damos à Bíblia e à sua leitura. Também os nossos irmãos ortodoxos estão especialmente impressionados com a “sinodalidade”, trabalhar em conjunto de forma sinodal, pois é assim que funcionam as Igrejas Ortodoxas.”

No Sábado, 18 de Outubro, o Papa Bento XVI e o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla dirigiram juntos as Vésperas, é a primeira vez que um não católico dirige uma celebração litúrgica num Sínodo. Outra presença não católica notável foi o Rev. Archibald Miller Milloy das Sociedades Bíblicas Unidas, com quem o Cardeal anunciou na terça-feira 14 de Outubro, novas iniciativas de tradução e publicação.“Qualquer diálogo ecuménico deve basear-se na Bíblia. Sobre a Bíblia nos dividimos. Mas por causa da Bíblia devemos chegar novamente à reconciliação.”

No Sínodo, os Bispos conversam sobre a prática da Lectio Divina em comunidades católicas. O Cardeal Kasper acredita que poderá ser usada também em ambientes ecuménicos.

“É uma leitura da Bíblia em oração. Isto deve ser o coração do ecumenismo: juntos ler a Santa Escritura acompanhada pela oração, e encontrar um comum entendimento de Jesus Cristo, chegar a encontrar Deus. Penso que isto é o mais importante para a unidade.”


(Fonte: H2O News)

Bento XVI – “Com o vosso talento musical, vós transferis a atenção do humano para o divino”

Não tendo acesso à gravação do passado dia 13 de Outubro deixo-vos o 1º Movimento da 6ª Sinfonia de Anton Bruckner pela Orquestra Sinfónica de Chicago dirigida pelo Maestro Georg Solti.

«Com alegria repleta de gratidão, saúdo os Wiener Philharmoniker que, no dia de hoje (13 de Outubro 2008) sobadirecção de Christoph Eschenbach pela sétima vez no âmbito do Festival internacional de Música e Arte Sacra, infundem profundo júbilo nos seus ouvintes.

Queridos amigos, com a vossa profissionalidade e com a vossa capacidade artística, conseguis sempre sensibilizar o coração dos vossos ouvintes e fazer vibrar todas as cordas do sentimento humano, levando-os a ouvir a maravilhosa música de Bruckner. Com o vosso talento musical, vós transferis a atenção do humano para o divino. Por isso, digo-vos a todos um cordial Vergelt's Gott!

Na sexta sinfonia traduz-se a fé do seu autor, capaz de transmitir com as suas composições uma visão religiosa da vida e da história. Haurindo do barroco austríaco e da tradição schubertiana do canto popular, poderíamos dizer que Anton Bruckner levou às extremas consequências o processo romântico de interiorização. Ouvindo esta célebre composição na Basílica dedicada a São Paulo, é espontâneo pensar numa passagem da Primeira Carta aos Coríntios onde o Apóstolo, depois de ter falado da diversidade e da unidade dos carismas, compara a Igreja com o corpo humano, composto por membros muito diferentes entre si, mas todos indispensáveis para o bom funcionamento do mesmo (cf. cap. 12). De igual modo, a orquestra e o coro são constituídos por diferentes instrumentos e vozes que, em sintonia recíproca, oferecem uma melodia harmoniosa, agradável ao ouvido e ao espírito. Amados irmãos e irmãs, aproveitemos este ensinamento, que vemos confirmado na extraordinária execução musical que pudemos ouvir».


(Fonte: site da Santa Sé)

O rancor

«O rancor é o descontentamento fundamental do homem consigo mesmo, que se vinga, por assim dizer, no outro, porque através dele não lhe chega aquilo que todavia só lhe pode ser concedido com uma nova abertura da própria alma».


(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)

domingo, 19 de outubro de 2008

Bento XVI - recitação do Terço, meio espiritual precioso para crescer na intimidade com Jesus



Depois da recitação do terço no Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e antes do seu regresso a Roma, Bento XVI falou desta oração mariana popular que é um meio espiritual precioso para crescer na intimidade com Jesus, e para aprender, na escola da Virgem Santa, a fazer sempre a vontade divina.

O Rosário é escola de contemplação e de silêncio - disse depois o Papa. Recitando as Ave Maria devemos fazer atenção que as nossas vozes não vão cobrir a voz de Deus que fala sempre através do silencio, como o “murmúrio de uma leve brisa”. Portanto é muito importante cuidar deste silêncio de Deus tanto na recitação pessoal como na recitação comunitária. Mesmo quando se recita o terço do Rosário em grandes assembleias…é necessário ter a percepção do Rosário como oração contemplativa e isto não pode verificar-se se falta um clima de silêncio interior.

O Papa acrescentou depois que se a contemplação cristã não pode prescindir da Palavra de Deus, também o Rosário, para ser oração contemplativa deve sempre emergir do silêncio do coração, como resposta á Palavra, segundo o modelo da oração de Maria.


(Fonte: site Radio Vaticana)

A ausência da verdadeira liberdade

«Uma sociedade cuja ordem pública é consequentemente determinada pelo agnosticismo não é uma sociedade que se tornou livre, mas antes uma sociedade desesperada, marcada pela tristeza do homem, que anda a fugir de Deus e está em contradição consigo mesma».


(“Olhar para Cristo” - Joseph Ratzinger)

Editorial “L’Osservatore Romano” - Os padres sinodais voltaram à escola da Palavra de Deus

Pode não ser o mais mediático dos Sínodos realizados nas últimas décadas, mas a XII Assembleia-geral do Sínodo dos Bispos, a decorrer desde 5 de Outubro, é para o jornal do Vaticano um acontecimento profundamente “enraizado na realidade”.

Numa nota editorial, o “L’Osservatore Romano” refere que “a grave crise financeira que está sacudindo o mundo pode ter contribuído para desviar a atenção mediática sobre o Sínodo dos Bispos dedicado à Palavra de Deus, e, todavia, encerrando a primeira fase dos trabalhos pode-se ver melhor o quanto esta assembleia está, ao invés, bem enraizada no coração dos problemas quotidianos do povo”.

“De facto, da Palavra de Deus vem o anúncio de que um outro mundo é possível já hoje, na espera daquele futuro, no qual não existirá mais nem sofrimento, nem morte”, prossegue.

O vice-director do jornal, Carlo di Cicco, destaca que dos trabalhos do Sínodo “emergiu a vontade comum de partir novamente da Palavra de Deus, com um novo período missionário, interrogando-se sobre problemas da actualidade.

“Os padres sinodais – lê-se no editorial do jornal – voltaram à escola da Palavra de Deus buscando entender como melhor anunciá-la aos demais, convencidos de que a comunidade cristã deve escolhê-la como medida de julgamento em eventos também dolorosos como os conflitos endémicos em tantas áreas do mundo e a condição de especial sofrimento que atinge os cristãos na Índia, África e Médio Oriente”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Mozart Gran Misa en do menor - 1. Kyrie (Bernstein)



Último concerto dirigido por Leonard Bernstein em Abril de 1990, W. A. Mozart eleva-nos até muito próximo do Senhor no Seu Reino e Bernstein, de origem judaica, e todos os músicos e intérpretes, pela excepcional qualidade da sua interpretação, ajudam-nos a aproximar do Paraíso.

Este concerto está subdividido em 11 vídeos, publicá-los-emos à cadência de um por Domingo em louvor do Senhor e para nosso gáudio e elevação espiritual.

Votos de um Bom Domingo do Senhor!

sábado, 18 de outubro de 2008

O Evangelho de Domingo 19 de Outubro


Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse.

Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe:

«Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem Te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes acepção de pessoas.

Diz-nos o teu parecer:

É lícito ou não pagar tributo a César?».

Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu:

«Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo».

Eles apresentaram-Lhe um denário, e Jesus perguntou:

«De quem é esta imagem e esta inscrição?».

Eles responderam: «De César».

Disse-lhes Jesus:

«Então, daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».

A Figura Apostólica de São Lucas

Sabemos pela Tradição que São Lucas nasceu em Antioquia de Síria. Parecem confirmá-lo os Actos dos Apóstolos, que o mostram como grande conhecedor da Igreja de Antioquia. São Lucas procede, pois, da gentilidade, não do judaísmo; assim o dá a entender São Paulo no epílogo da aos fiéis de Colosso (Col 4, 10-14), quando distingue entre Aristarco, Marcos e Jesus, «que são de circuncisão», e Epafras de Colossos, Lucas o médico amado e Demas.

Ignoramos quando se converteu, ainda que seja possível que muito cedo; mas, em qualquer dos casos, não foi testemunha directa da vida do Senhor, já que próprio São Lucas, no prólogo do seu Evangelho, se exclui a si mesmo do número daqueles que foram testemunhas oculares da pregação de Cristo.

Nos Actos dos Apóstolos, Lucas aparece como discípulo de São Paulo: narra certos acontecimentos na primeira pessoa do plural, incluindo-se entre os que faziam parte dessas viagens. Por exemplo, para anunciar o Evangelho vai com o Apóstolo à Macedónia; nesta região, na cidade de Filipos, Paulo e Silas são açoitados, encarcerados e finalmente expulsos da cidade; ao narrar este factos Lucas fala na terceira pessoa, o que indica que não participou neles, mas permaneceu em Filipos. Aqui se voltaria a juntar com São Paulo; no seu regresso acompanhá-lo-ia a Jerusalém e visitaria São Tiago e os presbíteros. Mais tarde vai também a Roma com São Paulo, quando o Apóstolo apela a César.

Na segunda Epístola a Timóteo, São Paulo afirma que só Lucas está com ele durante o seu segundo cativeiro em Roma, e em Filémon 24 conta-o entre os seus colaboradores.

Uma antiga tradição diz que São Lucas pregou o Evangelho na Bitínia e na Acaia depois da morte de São Paulo. E o Martirológio Romano assinala «tendo padecido muito pelo nome de Cristo, morreu cheio do Espírito Santo».


(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume I, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Santos Evangelhos – pág. 677/678)

Gegrüßet seist Du Königin - Marienlied

Sei gegrüßt, o Königin,
Mutter der Barmherzigkeit;
unser Leben, unsre Wonne
und unsre Hoffnung, sei gegrüßt!
Zu dir rufen wir, verbannte Kinder Evas;
zu dir seufzen wir
trauernd und weinend in diesem Tal der Tränen.
Wohlan denn, unsere Fürsprecherin,
wende deine barmherzigen Augen uns zu,
und nach diesem Elend zeige uns Jesus,
die gebenedeite Frucht deines Leibes!
O gütige, o milde, o süße Jungfrau Maria!

Súplica…

«Maria é omnipotência suplicante. Inclina para Ti, ó Deus aquele pouco que quiseste eu fosse. De minha pobre existência suplico toma os anos que me restam. Quanto aos anos que se perderam experimento humilhações e desgosto, não desprezes meu pranto. Em mim não há senão o desejo da Tua sabedoria meu coração é agora minha única oferta».


(S. Bernardo de Claraval – 1090/1153)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Bento XVI recorda a coragem e o sofrimento do Papa Wojtyla


O primeiro vídeo é comovente com palavras do Cardeal Dziwisz.



Foi com natural comoção que Bento XVI evocou, ontem à tarde, o seu predecessor, João Paulo II, no final da projecção do filme “Testemunho”, dedicado à figura do Papa Wojtyla, a partir de “Uma vida com Karol” - um livro-entrevista do Cardeal Dziwisz, seu secretário ao longo de 26 anos.

“Revelando episódios inéditos – comentou o Pontífice – o filme deixa transparecer a humana simplicidade, a decidida coragem e, enfim, o sofrimento do Papa Wojtyla, enfrentado até ao último momento com a têmpera de um homem da montanha e a paciência do humilde servidor do Evangelho”. “A projecção a que assistimos – afirmou o Papa Ratzinger – faz-nos voltar com o pensamento àquele final da tarde de 16 de Outubro de 1978, há 30 anos, que ficou bem impresso na memória de todos”. Foi o início de um pontificado que se pode enquadrar com duas suas expressões – observou Bento XVI:

“A primeira – Abri as portas a Cristo! Não tenhais medo! – foi vibrante, e impressionou e abalou a opinião pública, e ressoará nos seus lábios muitas mais vezes nos anos seguintes. A outra – Deixai-me ir para a casa do Senhor – pronunciou-a o Papa com dificuldade, no leito de morte, ao completar-se uma longa e frutuosa peregrinação terrena.”

“A escutar a primeira frase, eram muitos; a recolher as últimas palavras foram só alguns íntimos, entre os quais o fiel secretário D. Estanislau, agora arcebispo de Cracóvia” – observou ainda Bento XVI.O filme ontem apresentado na presença do realizador e dos autores, é um documentário enriquecido com reconstruções cinematográficas de alguns episódios da vida de Wojtyla, a partir de uma entrevista concedida pelo cardeal Dziwisz ao jornalista Gianfranco Svidercoschi.



(Fonte: site Radio Vaticana, foto JPR)

Sorte nossa

Há 30 anos estava o mundo estupefacto. Pela primeira vez na história a Igreja, tinha um Papa eslavo. Jovem, desportista, poeta e actor de teatro, resistente contra os nazis e os comunistas, amigo de judeus, místico e, sobretudo, santo.

Toda a sua invulgar experiência de homem foi aplicada ao serviço da Igreja.“João Paulo II, o grande” – chamam-lhe agora, depois da sua morte.

Ainda hoje, sob o reflexo da sua santidade, nos espantamos com o modo como propunha Cristo a todos. A todos mesmo: “Ao homem concreto e real (…) a cada um dos quatro biliões de homens que vivem no nosso planeta”, escrevia então na sua primeira encíclica.

E não é verdade? De um modo ou de outro, quem se cruzou com ele sentiu este abraço profundamente humano. Com o desejo de salvar tudo da pessoa: o ser e o agir, a inteligência e a vontade, a consciência e o coração.
Que sorte a nossa termos sido testemunhas deste Santo!


Aura Miguel


(Fonte: site RR, foto JPR)

Gratidão com o coração pleno de alegria

É um sentimento que invade o meu coração e a minha alma por completo nesta data, pois é o segundo aniversário do dia em o que o Senhor pegando na minha mão me conduziu a boas mãos.

Aqueles que me ajudaram e continuam a ajudar, sei que o fizeram e fazem por Ele como Obra Sua, pelo que os guardo na memória do meu coração com profundo carinho e amizade, para com eles e com o Senhor, que através da Terceira Pessoa me guiou e guia; saiba eu estar sempre pronto e disponível às Suas chamadas.

Não tenho palavras para expressar a minha gratidão, pois sejam elas as mais simples ou as mais rebuscadas, nunca espelharão o que sinto, ainda assim Meu Deus e Meu Senhor, reafirmo-Te o meu amor total e sem barreiras e rogo-Te que jamais, por culpa minha, eu Te torne a perder ou ignorar.


(JPR)

Bento XVI - a ciência tem necessidade da fé; não substitui o Criador

«A verdade…

… não pode nem deve ter outra arma senão ela própria. Aquele que acredita é alguém que achou na verdade a pérola pela qual se dispõe a dar tudo o resto, inclusivamente a si mesmo».

(A Caminho de Jesus Cristo – Joseph Ratzinger)


«É lei primária na história que o que se escreve deve ser conforme com os acontecimentos tal como realmente sucederam».

(Spiritus Paraclitus, EB2, n. 457 - Bento XV [quinze])


«A causa dos nossos males vem da ignorância dos livros sagrados».

(Homilia sobre Col, ad loc. – São João Crisóstomo)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Trinta anos da eleição do saudoso e amado Papa João Paulo II


No dia 16 de Outubro de 1978 Karol Wojtyla foi eleito Papa: João Paulo II foi o Papa número 264 da Igreja Católica.

Graças ao seu extraordinário arquivo, o Centro Televisivo Vaticano realizou a única colecção completa de documentários sobre João Paulo II, distribuído em exclusiva por HDH Communications, também através da página www.hdhcommunications.com

Para celebrar os trinta anos da eleição de João Paulo II, a partir de hoje até o dia 16 de Novembro, todos os títulos da colecção de DVDs sobre João Paulo II são oferecidos com um desconto especial de 30%. Esta oferta será válida somente para as aquisições através da Internet.

Acedendo através da internet e a partir de hoje é possível ver um filme especial do Santo Padre realizado pelo Centro Televisivo Vaticano.


(Fonte: site H2O News)

Cobardia e insegurança

«Ceder o lugar ao inimigo, ou calar quando de todas as partes se levanta incessante clamor para oprimir a verdade, é próprio, ou de homem cobarde, ou de quem duvida estar em posse das verdades que professa. Uma e outra coisa é vergonhosa e injuriosa para Deus; uma e outra coisa contrária à salvação do indivíduo e da sociedade: isso aproveita unicamente aos inimigos do homem cristão, porque a cobardia dos bons fomenta a audácia dos maus»

(Sapientiae christianae, nº 18 – Leão XIII)

Ave Maria (voz excepcional)

Gegrüßet seist du, Maria, voll der Gnade,
Der Herr ist mit dir,
Du bist gebenedeit unter den Frauen,
Und gebenedeit ist die Frucht deines Leibes,
Jesus.

Heilige Maria, Mutter Gottes,
Bitter für uns Sünder jetz,
Und in der Stunde unseres Todes,
Amen!

O estado das elites

Confirma-se. As empresas nacionais temem de tal forma o Governo, enquanto detentor de um poder arbitrário de contratação em nome de um Estado cada vez mais tentacular, omnipresente e sufocante, que preferem o silêncio revoltado a aceitar incluir o seu nome na mais inócua lista dos credores de Estado.

Sabia-se. Mas a compreensão manifestada, esta semana, pelo presidente da Associação Empresarial de Portugal com este estado de coisas não é apenas uma má notícia para a forma como avaliamos a saúde da nossa Democracia. É uma notícia ainda pior sobre o Estado da nossa economia.

Mas há mais. Quem mais deveria combater a concorrência desleal de empresários que fogem ao Fisco e à Segurança Social, como se de mais um simples recurso de gestão se tratasse, do que os seus próprios pares? Pois bem, José António Barros soma ao discurso “moralista” de combate à fuga e à fraude fiscal uma inesperada tolerância e compreensão com todas as empresas associadas que recorram a esses meios. Condena o seu procedimento, mas recusa qualquer sanção que passe, por exemplo, pela sua expulsão da AEP… E acrescenta: às Associações compete defender, em todo, o caso os interesses dos associados.

Não devia. Se as cúpulas patronais são as primeiras a pactuar com o clima de medo em que cresce a subsídio-dependência e a tolerar (por acção ou omissão) as práticas da concorrência desleal, não há competitividade que resista.

À nossa economia não faltam apenas trabalhadores mais qualificados. Faltam, desesperadamente, verdadeiras elites e uma nova cultura empresarial.


Graça Franco


(Fonte: site RR)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Bento XVI – Audiência Geral de hoje prosseguiu com a Catequese sobre o Apóstolo dos Gentios



Prosseguindo a catequese que tem vindo a desenvolver, nas últimas semanas, sobre São Paulo, Bento XVI dedicou a audiência geral desta quarta-feira, na Praça de São Pedro, ao modo como o Apóstolo dos Gentios encara o mistério da Igreja, assente sobre Cristo e sobre a palavra que O anuncia. O Papa começou por observar que o primeiro contacto de Paulo com o cristianismo foi, antes da sua conversão, como perseguidor da comunidade dos crentes, devido à incapacidade de conciliar com o judaísmo a fé dos discípulos na pessoa do Filho de Deus e o seu papel de salvador.

“Usando o termo grego ekklesia – que implica a ideia de uma assembleia convocada por uma chamada – Paulo destaca o valor fundamental e fundador que para a Igreja tem Jesus Cristo e a palavra que O anuncia. É o mistério pascal o centro da pregação do Apóstolo, que visa também implantar uma comunidade de crentes em Jesus.

O conceito exclusivamente paulino da Igreja como Corpo de Cristo, supõe uma identificação mística com Cristo, que se reflecte também na dimensão institucional da Igreja, na qual os diversos ministérios e carismas se hão-de exercer em relação com os responsáveis da comunidade.”

Bento XVI referiu também a expressão “templo de Deus”, com a qual São Paulo atribui à Igreja as características de pureza e separação próprias do edifício sagrado, aplicando pois a uma comunidade viva de fé o conceito de um espaço material cheio da presença divina. Finalmente, a fórmula “casa de Deus”, que refere a Igreja como estrutura comunitária de afectuosas relações interpessoais de carácter familiar.

Mas ouçamos a saudação que o Papa dirigiu nesta audiência geral aos peregrinos de língua portuguesa:

“Estimados peregrinos e visitantes de língua portuguesa, a minha mais cordial saudação em Cristo Jesus. Convido a todos, na linha da catequese de hoje, a invocar ao Apóstolo Paulo, para que nos ajude a compreender com maior profundidade o mistério da Igreja, sobretudo para amá-la e cooperar responsavelmente na sua edificação. Com estes votos saúdo os grupos de portugueses que vieram da Arquidiocese de Braga, e os brasileiros de Foz do Iguaçu e de São João da Boa Vista. A todos vós e às vossas famílias dou de coração a minha Bênção Apostólica.”

A concluir a audiência geral, nas saudações finais em italiano, Bento XVI fez ainda questão de recordar que a Igreja celebra neste dia 15 de Outubro a memória de Santa Teresa de Ávila:

“Esta grande Santa testemunha a vós, queridos jovens, que o amor autêntico não se pode desligar da verdade. Mostra a vós, caros doentes, que a cruz de Cristo é mistério de deus redentor. Para vós, queridos noivos, ela é modelo de fidelidade a Deus, o qual confia a cada um uma missão especial”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Ser terra para a palavra de Deus

«Indubitavelmente, como o Evangelho o diz, orar quer dizer muito mais que palrar, que mascar palavras. Ser terra para a Palavra quer dizer que essa terra se deixa assumir pela semente, que se deixa assimilar pela semente, que se entrega a própria a fim de que essa semente se torne vida. A maternidade de Maria quer dizer que ela faculta a substância de si própria, corpo e alma, a fim de que uma nova vida possa crescer».


(Joseph Ratzinger in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)

Biografias de Santos

«Nunca me agradaram as biografias dos santos em que, com ingenuidade, mas também com falta de doutrina, nos apresentam as façanhas desses homens, como se estivessem confirmados na graça desde o seio materno»


(Cristo que Passa, 76 - S. Josemaría Escrivá de Balaguer)

Santa Teresa de Ávila – Doutora da Igreja (1515-1582)

Nunca um santo ou santa se mostrou tão "carne e osso" como Teresa de Ávila, ou Teresa de Jesus, nome que assumiu no Carmelo. Nascida no dia 28 de Março de 1515. Seus pais, Alonso Sanchez de Cepeda e Beatriz de Ávila y Ahumada, educaram-na junto com os irmãos dentro do exemplo e dos princípios cristãos. Aos sete anos, tentou fugir de casa e peregrinar ao oriente para ser martirizada pelos mouros, mas foi impedida. A leitura da vida dos santos mártires tinha sobre ela uma força inexplicável e, se não fossem os parentes terem encontrado por acaso, teria fugido, levando consigo o irmão Roderico.

Órfã de mãe aos doze anos, Teresa assumiu Nossa Senhora como Mãe adoptiva. Mas o despertar da adolescência levou-a a ter experiências excessivas ao lado dos primos e primas, tornando-se uma grande preocupação para seu pai. Aos dezasseis anos, sua atracção pelas vaidades humanas era muito acentuada. Por isto, o pai pô-la a estudar no Colégio das Agostinianas em Ávila. Após dezoito meses uma doença grave fê-la voltar para receber tratamento em casa de seu pai, o qual se culpou pelo sucedido.

Neste período, pela primeira vez, Teresa passou por experiências espirituais místicas, de visões e conversas com Deus. Todavia as tentações mundanas não a abandonavam. Assim atormentada, desejando seguir com segurança o caminho de Cristo, em 1535, já com vinte anos, decidiu tornar-se religiosa, mas foi impedida pelo pai. Como na infância resolveu fugir, desta vez, com sucesso. Foi para o Convento Carmelita da Encarnação de Ávila.

Entretanto a paz não era sua companheira mais presente. Durante o noviciado, novas tentações e mais o relaxamento da fé não pararam de a atormentar.

Um ano volvido, contraiu outra doença grave, quase fatal, e novamente teve visões e conversas com o Pai do Céu. Teresa então concluiu que devia converter-se de verdade e empregou todas as forças do coração em sua definitiva vivência da religião, no Carmelo, tomando o nome de Teresa de Jesus.

Aos trinta e nove anos ocorreu sua "conversão". Teve a visão do lugar que a esperaria no inferno, se não tivesse abandonado suas vaidades. Iniciou, então, o seu grande trabalho de reformista.
Pequena e sempre adoentada, ninguém entendia como conseguia subir e descer montanhas, deslocar-se pelos caminhos mais ermos e inacessíveis, de Convento em Convento, por toda a Espanha. Em 1560 teve a inspiração de um novo Carmelo, onde se vivesse sob as regras originais. Dois anos depois fundou o primeiro Convento das Carmelitas Descalças da Regra Primitiva de São José em Ávila, aonde foi morar.

Porém, em 1576 enfrentou sérias dificuldades dentro da Ordem. Por causa da rigidez das normas que implementou dentro dos Conventos, as comunidades manifestaram-se junto ao novo Geral da Ordem, o qual igualmente discordava das normas adoptada e assim sendo foi afastada. Teresa recolheu-se num dos Conventos e acreditou que sua Obra não teria continuidade.

Obteve porém, o apoio do Rei Felipe II e conseguiu dar sequência ao seu trabalho.

Em 1580, o Papa Gregório XIII declarou autónoma a província Carmelita descalça.

Apesar de uma actividade intensa, ainda encontrava espaço para transmitir ao mundo suas reflexões e experiências místicas. Na sua época toda a cidade de Ávila sabia das suas visões e diálogos com Deus. Para obter ajuda, na ânsia de entender e conciliar seus dons de espiritualidade e as insistentes tentações, ela mesma expôs os factos diante de muitos leigos e não apenas aos seus Confessores e Directores Espirituais.

Graças à orientação destes ela seguiu numa rota segura, porque foi devidamente orientada por estes, que eram, os agora Santos: Francisco Bórgia e Pedro de Alcântara, que perceberam os sinais da acção de Deus.
A pedido dos seus superiores, registou toda sua vida atribulada de tentações e espiritualidade mística em livros como: "O Caminho da Perfeição", "As Moradas", "A Autobiografia", e outros.

Nos quais narra como um Anjo trespassou seu coração com uma seta de fogo.

Vítima de doença, faleceu no dia 4 de Outubro de 1582, aos sessenta e sete anos, no convento de Alba de Torres, Espanha.Nesta ocasião, tinha reformado dezenas de Conventos e fundado trinta e dois, de Carmelitas descalças, sendo dezassete femininos e quinze masculinos.

Beatificada em 1614, foi canonizada como Santa Teresa de Ávila, em 1622.
A comemoração da festa da trasverberação do coração de Santa Teresa ocorre em 26 de Agosto.

Enquanto a celebração do dia de sua morte ficou para o dia 15 de Outubro, a partir da última reforma do calendário litúrgico da Igreja.
O Papa Paulo VI, em 1970, proclamou Santa Teresa de Ávila, Doutora da Igreja, a primeira mulher a obter tal título.


(Fonte: site Paulinas com adaptação e edição de JPR)