Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Oração a São Paulo

F.J. Haydn – A Criação - 10m59s de ensaio ***** sobretudo parte final "Adão & Eva"

Embaixadores de Cristo

«O fim que os pregadores se devem propor ao exercitar o ministério da palavra está claramente indicado por São Paulo: Somos embaixadores de Cristo (2 Cor 5,20). Todo o pregador deve poder fazer suas estas palavras. Mas se são embaixadores de Cristo, no exercício da sua missão, têm obrigação de se aterem estritamente à vontade manifestada por Cristo quando lhe conferiu o encargo, não propor-se finalidades diversas das que Ele mesmo Se propôs enquanto habitou sobres esta terra (…).

(Humani generis redemtionem – Bento XV)

São Paulo – Epístolas do cativeiro – V

Efésios (1)

A tradição cristã reconheceu São Paulo como autor da carta aos Efésios. Não obstante, desde meados do século XIX alguns exegetas puseram em dúvida a autenticidade paulina de toda a epístola, ou de parte dela. Os motivos destas dúvidas fundamentaram-nos em razões semelhantes às que resumimos ao falar de Colossenses. Estes argumentos contra a autenticidade paulina, total ou parcial, não parecem ter, pelo menos por agora, suficiente peso diante da atribuição tradicional e as considerações das características doutrinais e literárias da carta, que advogam por São Paulo como autor de todo o texto da carta.
Efésios marca um ponto culminante no itinerário espiritual e doutrinal de São Paulo, no que diz respeito ao mistério de Cristo, da obra da Redenção e da teologia da Igreja. Escrita certamente por fins do ano 62, ou princípio do ano 63, é como uma segunda redacção, naturalmente muito livre, da carta aos Colossenses, escrita poucos meses antes. Na verdade, Efésios trata aproximadamente dos mesmos temas, mas com maior amplitude, profundidade e serenidade. Foi igualmente a chamada «crise de Colossas» a circunstância externa que levou o Apóstolo a escrever também esta outra carta, dirigida às Igrejas da zona costeira ocidental da Ásia Menor, cuja cidade principal era Efeso, para evitar qualquer contágio da confusão doutrinal apreciada em Colossas. Segundo se pode coligir do conjunto de dados bíblico e extrabíblicos que possuímos, Paulo enfrenta-se com doutrinas que deviam propor que o governo do universo está regido por poderes intermédios entre Deus e os homens que, cada um segundo a sua categoria, intervêm também na história humana. Perante tais elucubrações gnóstico-helenísticas, São Paulo expõe, de várias maneiras e em diversos passos, que Cristo Jesus é a cabeça de todos os seres, tanto celestes como terrestres; o Seu senhorio é absoluto e Ele é o Salvador de todos; nenhuma realidade existente pode subtrair-se ao Senhorio de Jesus Cristo.

(continua)

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 443/444) Continua

domingo, 29 de junho de 2008

” fazer com que a Igreja nunca se identifique com uma única nação, uma única cultura, um único estado"

(29/6/2008) Neste Domingo, Solenidade de São Pedro e São Paulo, Bento XVI presidiu a Liturgia Eucarística com a imposição do sagrado Palio a 40 arcebispos metropolitas, entre os quais D. José Sanches Alves, Arcebispo de Évora. Presente também o Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, que foi acolhido pelo Papa à entrada da Basílica de São Pedro. Com um gesto de grande valor ecuménico, durante a Missa desta manhã Bento XVI cedeu a palavra ao patriarca de Constantinopla Bartolomeu I pedindo que fosse ele a proferir a homilia para a grande festa dos Santos Pedro e Paulo, Padroeiros da Igreja de Roma e colocados como fundamento juntamente com os outros Apóstolos, da Igreja, una santa católica e apostólica. Esta festa, explicou o Papa,” traz-nos todos os anos a agradável presença de uma Delegação fraterna da Igreja de Constantinopla, que este ano, pela coincidência com a abertura do Ano Paulino é guiada pelo próprio Patriarca, Sua Santidade Bartolomeu I. A ele dirijo a minha saudação cordial, enquanto exprimo a alegria de ter mais uma vez a feliz oportunidade de trocar com ele o beijo da paz, na esperança comum de ver aproximar-se o dia da unitatis redintegratio- o dia da plena comunhão entre nós. O Papa saudou depois os membros da Delegação patriarcal e os representantes de outrsa igrejas e comunidades eclesiais que o honravam com a sua presença, oferecendo com isso um sinal da vontade de intensificar o caminho para a unidade plena entre os discípulos de Cristo. Dispomo-nos agora - acrescentou Bento XVI a escutar as reflexões de Sua Santidade o Patriarca Ecuménico, palavras que queremos acolher com o coração aberto, porque vêm do nosso Irmão amado no SenhorO Patriarca Bartolomeu observou, dirigindo-se ao Papa, que o diálogo teológico entre as nossas Igrejas graças á ajuda divina continua em frente, para além das notáveis dificuldades que subsistem sobre as conhecidas problemáticas. Desejamos verdadeiramente – afirmou o Patriarca nesta sua homilia durante a Missa na Basílica de S. Pedro para a festa de São Pedro e São Paulo – e rezamos muito por isso, que estas dificuldades sejam superadas e que os problemas sejam dissolvidos mais rapidamente possível, para atingir o objecto do desejo final, a glória de Deus. A homilia do Patriarca Ecuménico Bartolomeu I terminou com os votos de uma próxima comunhão completa, união da fé e comunhão do Espírito Santo, nos laços da paz, nesta terra, e no céu a vida eterna e a grande misericórdia. As palavras de Bartolomeu I foram acolhidas com um longo aplauso. Sucessivamente Bento XVI retomou a palavra e depois de ter agradecido ao Patriarca quis recordar que a missão permanente de Pedro e portanto a própria, como seu sucessor, é aquela de” fazer com que a Igreja nunca se identifique com uma única nação, com uma única cultura, com um único estado. Que seja sempre a Igreja de todos. Que reúna a humanidade para além de qualquer fronteira e no meio das divisões deste mundo, torne presente a paz de Deus, a força reconciliadora do seu amor”. Segundo Bento XVI, no mundo globalizado de hoje, graças á técnica igual em todo o lado, graças á rede mundial de informações, bem como graças á ligação de interesses comuns, existem novas maneiras de unidade, mas é uma unidade sobre as coisas materiais, que muitas vezes fazem explodir novos contrastes. Pelo contrário o mundo precisa cada vez mais de unidade interior que provém da paz de Deus. Portanto a missão permanente de Pedro, mas também tarefa particular confiada á Igreja é reconduzir a esta unidade a humanidade inteira. Depois da homilia Bento XVI e Bartolomeu I recitaram juntos o Credo segundo o símbolo niceno-constantinopolitano na língua original grega, segundo o uso litúrgico das igrejas bizantinas.

(Fonte: Radio Vaticana)

Ai quem me dera…

…ser somente a argila de S. Paulo, ter uma pequena parte da sua coragem, do seu amor por Jesus Cristo Deus Nosso Senhor, da sua capacidade intelectual e da sua capacidade de apostolado. Dez porcento já me bastariam, agora imaginem o seria ser-se igual em qualidades e fé a S. Paulo.
Não o desejaria por mim, mas por Ele, por isso peço-Lhe todos os dias para que me conceda o espírito e o fervor de S. Paulo, S. Agostinho, S. Tomás Moro, S. Josemaría e de todos os Santos e Santas.

Bom Domingo de S. Pedro e S. Paulo! (JPR)


«Paulo era um vaso de argila e chegou a ser de ouro»

(Homilia sobre 2 Tim, ad loc - São João Crisóstomo)

Franz Joseph Haydn – A Criação “Da Tua Bondade” (aperitivo para o concerto de amanhã na Basílica de S. Paulo fora dos Muros - Ano Paulino)

Ano Paulino

Esta é a excelência do amor, segundo São Paulo: “O amor é paciente, bondoso, não é invejoso nem arrogante, não se enche de soberba nem é ambicioso. O amor não busca os seus interesses, nem se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça e rejubila com a verdade”…Cada definição é uma espécie de alfinetada que culmina com esta síntese avassaladora: O amor “tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”!A este propósito, um escritor inglês, provocado por estas palavras, reconhecia que elas são quase impossíveis de pôr em prática… Mas, se substituirmos a expressão “amor” pela expressão “dinheiro”, esta conjugação não soa assim tão estranha nos nossos dias…Terrível, não é?... Em boa hora, começa amanhã [ontem 28/6], em todo o mundo, o Ano Paulino. Que este tempo de graça nos ajude a conhecer melhor as certezas de São Paulo e a confrontar com elas a nossa vida.

Aura Miguel

(Fonte: site RR)

O dom da Fé, o primado de Pedro e a Igreja

Simão Pedro respondeu: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo».
Respondendo Jesus disse-lhe:
«Bem-aventurado és, Simão, filho de João, porque não foi a carne e o sangue que to revelaram isto, mas Meu Pai que está nos Céus.
«E Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Eu te darei as chaves do Reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desatares na terra será desatado também nos Céus»

(S. Mateus 16, 16-19)


Bendito seja Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Na sua grande misericórdia Ele nos fez renascer pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma viva esperança, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada para vós nos céus; para vós que sois guardados pelo poder de Deus, por causa da vossa fé, para a salvação que está pronta para se manifestar nos últimos tempos.É isto o que constitui a vossa alegria, apesar das aflições passageiras a vos serem causadas ainda por diversas provações, para que a prova a que é submetida a vossa fé (mais preciosa que o ouro perecível, o qual, entretanto, não deixamos de provar ao fogo) redunde para vosso louvor, para vossa honra e para vossa glória, quando Jesus Cristo se manifestar.Este Jesus vós O amais, sem O terdes visto; credes Nele, sem O verdes ainda, e isto é para vós a fonte de uma alegria inefável e gloriosa, porque vós estais certos de obter, como preço de vossa fé, a salvação de vossas almas.

(1 S. Pedro 1, 3-9)

Missa da Coroação - Agnus Dei – Mozart

Agnus Dei

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,miserere nobis.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,miserere nobis.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,dona nobis pacem.

São Paulo – Epístolas do cativeiro – IV

Colossenses (2)

Tais confusões doutrinais estimularam São Paulo – movido por Deus – para desenvolver com clareza e veemência alguns pontos centrais da fé, aos quais os Colossenses deviam aderir, rejeitando essas outras ideias peregrinas. Deste modo, Paulo aprofunda em temas capitais do mistério de Cristo – a Cristologia – como são a Sua superioridade infinita e a Sua capitalidade sobre todos os seres, quer se chamem Anjos. Potestades ou qualquer outra denominação. O Apóstolo utiliza expressões profundíssimas, como a de que «em Cristo habita toda a plenitude da divindade corporalmente» (Col 2,9), cujo conteúdo doutrinal é equivalente, ainda que com palavras bem diferentes à formulação de São João de que o «Verbo Se fez carne, e habitou entre nós» (Jo 1,14). Com efeito, em Colossenses aparecem termos novos que os gnósticos helenistas empregavam, mas num contexto polémico e carregando-os de novos matizes e sentidos. Em suma, São Paulo insiste, aprofundando, que Jesus Cristo é deus eterno, que ao tomar a natureza humana não deixa de ser Deus e, portanto, é o primeiro e superior a todos.
Ao lado deste desenvolvimento doutrinal, a epístola ocupa-se de dar ensinamentos morais e disciplinares, como os respectivos deveres dos cônjuges, servos e senhores, ou conselhos práticos do exercício de virtudes cristãs.



(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 442/443) Continua

sábado, 28 de junho de 2008

Bento XVI na abertura do Ano Paulino

(28/6/2008) Por ocasião da abertura do ano Paulino Bento XVI deslocou-se na tarde deste sábado á Basílica de S. Paulo fora de muros onde presidiu a celebração das primeiras Vésperas da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo com a participação do Patriarca Ecuménico Bartolomeu I e as delegações das outras confissões cristãs.Na homilia o Papa salientou antes de mais que Paulo não é para nós uma figura do passado, que recordamos com veneração. Ele é também o nosso mestre, apostolo e pregoeiro de Jesus Cristo também para nós…”quis proclamar este especial “ano paulino” – disse depois Bento XVI - para o escutar, para aprender agora dele, como nosso mestre, “a fé e a verdade” em que estão enraizadas as razões da unidade entre os discípulos de Cristo. É para mim motivo de intima alegria – salientou o Papa – que a abertura do ano Paulino, assuma um particular carácter ecuménico pela presença de numerosos delegados e representantes de outras Igrejas e Comunidades eclesiais, que acolho com coração aberto.Na sua homilia Bento XVI comentou depois uma passagem da Carta de São Paulo aos Gálatas onde o Apóstolo nos apresenta uma profissão de fé muito pessoal, onde abre o seu coração diante dos leitores de todos os tempos e revela qual é a mola mais intima da sua vida:”vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou a Si mesmo por mim” (Gal 2,20). Tudo aquilo que Paulo faz, parte deste centro. A sua fé é a experiência de ser amado por Jesus Cristo de uma maneira muito pessoal; é a consciência do facto que Cristo enfrentou a morte não por algo anónimo, mas por amor dele – de Paulo – e que, como Ressuscitado, o ama ainda, isto é, que Cristo se entregou por ele. A sua fé é o ser atingido pelo amor de Jesus Cristo, um amor que o abala até ás entranhas e o transforma. A sua fé não é uma teoria, uma opinião sobre Deus e sobre o mundo. A sua fé é o impacto do amor de Deus sobre o seu coração. E assim, esta mesma fé é amor por Jesus Cristo.Na sua homilia Bento XVI especificou depois que no mais profundo do coração aquilo que motivava o Apostolo Paulo era o facto de ser amado por Jesus Cristo e o desejo de transmitir a outros este amor. Paulo era uma pessoa capaz de amor, e todo o seu operar e sofrer se explica apenas a partir deste centro….A experiência de ser amado até ao fundo por Cristo abrira-lhe os olhos sobre a verdade e sobre a existência humana - aquela experiência abraçava tudo.Paulo era livre, como homem amado por Deus que, em virtude de Deus, era capaz de amor juntamente com Ele. Este amor é agora a lei da sua vida e precisamente assim é a liberdade da sua vida. Ele fala e actua movido pela responsabilidade do amor.A concluir a sua homilia o Santo Padre agradeceu ao Senhor por ter chamado Paulo, tornando-o luz das gentes e mestre de todos, e pediu que também hoje nos dê testemunhas da ressurreição tocadas pelo seu amor e capazes de levar a luz do Evangelho ao nosso tempo.Por sua vez o Patriarca Ecuménico Bartolomeu intervindo depois da homilia do Papa salientou que a Basílica de São Paulo fora de muros é sem duvida um lugar quanto mais apropriado para comemorar e celebrar um homem que estabeleceu um conúbio entre a língua grega e a mentalidade romana do seu tempo, despojando a cristandade, de uma vez para sempre de qualquer estreiteza mental, e forjando para sempre o fundamento católico da Igreja ecuménica.. O Patriarca Bartolomeu fez votos no sentido de que a vida e as Cartas de São Paulo continuem a ser para nós fonte de inspiração, para que todas as gentes obedeçam á fé em Cristo.

(Fonte: site Radio Vaticana)

O Professor

«[A Sabedoria] é um resplendor da luz externa, um espelho sem mancha da actividade de Deus, uma imagem da Sua bondade»


(Livro da Sabedoria 7,26)


«Não há melhor ensino que o exemplo do professor! (…). Falai com sabedoria, instruí com toda a eloquência possível (…), mas o vosso exemplo causará uma impressão mais forte e mais decisiva (…). Quando as vossas obras forem consequentes com as vossas palavras, não haverá que se vos possa objectar»


(Homilia sobre Epístola de S. Paulo aos Filipenses, ad loc – São João Crisóstomo)

«… desejo recordar-vos que no próximo dia 29 [amanhã], solenidade de S. Pedro e S. Paulo, começa o ano paulino que Bento XVI convocou para comemorar os dois mil anos do nascimento do Apóstolo dos gentios. Para secundar as indicações do Santo Padre na celebração deste bimilenário, sugiro-vos conhecer melhor a vida e a obra deste grande Apóstolo, Padroeiro da Obra, lendo e meditando a fundo os Actos dos Apóstolos e os escritos paulinos. S. Paulo é, para todos os cristãos, um modelo maravilhoso de amor a Cristo, de fidelidade à vocação, de zelo ardente pelas almas. Peçamos-lhe de modo especial pelos frutos espirituais e apostólicos deste ano especial que lhe é dedicado»


(Carta do Prelado do Opus Dei de Junho de 2008 - D. Javier Echevarría)

«Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?»

«A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? (…). Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso.»

(Rom 8,35.38-39 – S. Paulo)

São Paulo – Epístolas do cativeiro – III

Colossenses (1)


A sua autenticidade paulina foi pacificamente admitida na Igreja desde os primeiros tempos até ao século XIX, em que alguns críticos começaram a duvidar de que toda ou partes desta epístola tenha São Paulo como autor. Os motivos destas dúvidas apoiam-se no progresso da sua doutrina relativamente às epístolas anteriores e no uso de vocábulos novos. Tais motivos, porém, não parecem suficientes para negar a tradicional adjudicação a São Paulo da epístola, em todas as suas partes.
A cristandade de Colossas não foi directamente fundada por Paulo, mas pelo seu discípulo Epafras. E foi este, precisamente, quem informou o Apóstolo, pelo ano 62, na sua prisão domiciliária de Roma, da situação doutrinal preocupante originada naquela comunidade. Hoje pensa-se que se trata da infiltração entre os cristãos de Colossas de primeiros avanços de gnose iraniana e mesopotâmica, veiculada por viajantes judeus. As doutrinas gnósticas começaram a penetrar nos países do Império romano em meados ou princípios do século I d.C., principalmente através de certos judeus e de outro ambientes filosóficos ou religiosos helénicos.
Distinguia-se a gnose pela sua concepção dualista de Deus, do homem e do mundo: dois princípios opostos, o bem e o mal, o espírito e a matéria, estavam na explicação especulativa de todas as coisas. A gnose apresentava-se a si mesma como a Sabedoria mais elevada, superadora de todas as outras religiões – incluindo o cristianismo -, que considerava como explicações imperfeitas, úteis provisoriamente para o vulgo. Os primeiros rebentos de gnose em Colossas pareciam tentar conciliar o cristianismo com tal filosofia: para os gnósticos Cristo, por ser homem, era inferior às potestades angélicas, mais puramente espirituais; Cristo seria um éon, intermédio entre Deus (o Espírito) e a matéria.


(continua)


(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 442) Continua

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Luminosa certeza e gozosa convicção

«Não é orgulho, não é presunção, não é obstinação, não é loucura, luminosa certeza e gozosa convicção a que temos de ter sido constituídos membros vivos e genuínos do Corpo de Cristo, de ser autênticos herdeiros do Evangelho de Cristo»



(Ecclesiam suam, nº 33 – Paulo VI)

São Paulo – Epístolas do cativeiro – II

Filipenses


Apresenta uma temática muito diferente de Colossenses e Efésios, pelo que não poucos autores pensam que, embora escrita no cativeiro, este não é o romano, mas antes outro anterior, possivelmente em Éfeso, em algum momento da estada do Apóstolo nessa cidade ao longo dos anos 54 a 57. Os argumentos apresentados por alguns críticos para duvidar da paternidade paulina deste escrito carecem de valor. As circunstâncias dos fieis de Filipos estava constituída primordialmente por antigos legionários que tinham cumprido já a idade do deu serviço no exército e aos quais o governo imperial adjudicava, como honrosa reserva, terras e empregos. Filipos tinha recebido, cerca de vinte anos antes o título de Colonia Iulia AugustaPhilippensis, com o ius italicum. Ali, licenciados das legiões se tinham instalado e constituído as suas famílias; na esmerada instrução e serviço militar tinham aprendido o sentido da disciplina, da lealdade e do sacrifício. São Paulo encontrou sempre nos seus queridos Filipenses uma fidelidade inquebrantável e uma generosa correspondência. Emprega alguns termos de sabor militar e manifesta-lhes o seu grande afecto. É uma epístola alegre, tranquila, mesmo sentido o peso do cativeiro.
O ponto doutrinal mais importante é constituído pelo chamado hino cristológico de Phil 2, 6-11, quiçá já conhecido pelos seus destinatários, transcrito pelo Apóstolo com apostila sua; nesses versículos canta a humilhação de Cristo na Sua encarnação, vida e morte, e a exaltação gloriosa da Sua humanidade depois da Ressurreição.



(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 441/442)
Continua

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Sulco 757

«Viver a caridade significa respeitar a mentalidade dos outros; encher-se de alegria pelo seu caminho para Deus... sem te empenhares em que pensem como tu, em que se unam a ti.

Veio-me à cabeça fazer-te esta consideração: esses caminhos, diferentes, são paralelos; seguindo o seu, cada um chegará a Deus... Não te percas em comparações, nem em desejos de conhecer quem chega mais alto; isso não tem importância; o que interessa é que todos alcancemos o fim»

(S. Josemaría Escrivá de Balaguer)

Entusiasmar-se com a vida corrente - S. Josemaría Escrivá de Balaguer

Apaixonado...

«O Senhor concede aos santos uma grande humildade. Eles sabem-se pecadores enquanto levam a cabo grandes obras ao serviço da Igreja e das almas. Muitas almas aprenderam de São Josemaría a ter um apaixonado amor à Igreja, aplicando-o às suas situações pessoais».





(Homilia no Santuário de Loreto – Março 2008 – D. Javier Echevarría – Prelado do Opus Dei)

São Paulo – Epístolas do cativeiro – I

Estando já avançada a Primavera do ano 58, Paulo chega a Jerusalém. Pela festa do Pentecostes é preso pelas insídias das autoridades judaicas. Conduzido a Cesareia Marítima, com uma forte custódia, volta a comparecer diante do tribunal romano, onde apela para César. Depois do naufrágio chega a Roma, e ali permanece em prisão domiciliária preventiva provavelmente dois anos, do ano 61 à Primavera do ano 63, quando a sua causa é arquivada pelo tribunal de César. Durante este primeiro cativeiro escreve as cartas a Filémon, aos Colossenses, aos Efésios e, certamente, aos Filipenses, pelo que este quatro escritos costumam chamar-se as Epístolas do Cativeiro.

Filémon


Ninguém duvida da autenticidade paulina desta breve carta que envia ao cristão Filémon para que receba bem Onésimo, servo daquele, que se tinha evadido de sua casa e refugiado em Roma, onde se tinha convertido. Paulo pensa que o melhor para Onésimo é que volte a casa do amo: ambos são já irmãos no Senhor. São Paulo não propõe a abolição legal da escravatura, coisa impensável naquela época, mas a doutrina que expõe à volta do caso desfaz por completo os fundamentos de tal instituição jurídica, uma vez que estabelece a igualdade radical de todos os homens.




(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 440/441) Continua

O que sabe um miúdo de 10 anos?

As dúvidas sobre o efectivo grau de dificuldade dos exames deste ano - sobretudo na disciplina de Matemática - e nos mais variados graus de ensino é mais uma machadada na credibilidade de um sistema educativo em que, dia a dia, menos se confia.Desta vez, contudo, tem razão a ministra da Educação. Os especialistas previamente consultados (sobre a justeza das matérias testadas e o rigor científico das questões) não podiam, depois de ter dado o seu aval de gabinete às provas efectuadas, vir para a praça pública criticá-las por excesso de facilitismo.Independentemente de terem sido ou não questionados sobre o grau de dificuldade das provas, tinham a obrigação grave de alertar o Ministério para essa questão.Se as provas eram fáceis demais, podiam e deviam tê-lo dito antes. Depois, a crítica só serve para descredibilizar um sistema em que já poucos acreditam. E, com isso, todos perdemos.Sabe-se no nono ano o que devia saber-se no sexto? E no sexto conhece-se bem a matéria do quarto? Para que serve isso?É assim tão difícil chegar a acordo sobre o que deve saber, afinal, um miúdo de dez anos? E de quinze? E de dezoito?


Graça Franco

(Fonte: site RR)

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Bento XVI : Audiência Geral de hoje quarta-feira

(25/6/2008) Tolerância, liberdade e diálogo são valores, hoje, justamente defendidos, mas devem ser vistos em relação á pessoa de Cristo para terem significado, disse Bento XVI explicando durante a audiência geral desta quarta feira a figura de São Máximo o confessor que viveu no século V, mutilado da língua e da boca e depois exilado pelo imperador romano, por ter defendido a doutrina da única vontade de Cristo.Mas um tolerância que não distingue entre bem e mal - disse o Papa – torna-se caótica e auto destruidora ; uma liberdade que não respeita a liberdade dos outros e não chega a uma liberdade comum torna-se anárquica; um dialogo que já não sabe sobre que coisa dialogar torna-se tagarelice oca.Tolerância, liberdade e dialogo - admoestou o Papa – são valores fundamentais mas podem permanecer tais somente se tiverem ponto de referencia, e este ponto de referencia é a síntese de Deus e Cosmo, na qual aprendemos a colocar todos os outros valores, para que tenham o seu justo significado.Jesus Cristo como ponto de significado que dá luz a todos os outros valores - sublinhou o Santo Padre – é a ultima palavra do testemunho de Máximo: o cosmo deve tornar-se liturgia e a adoração é o inicio da autentica transformação, da verdadeira renovação do mundo.

(Fonte: site Radio Vaticana)

terça-feira, 24 de junho de 2008

Crescer da fé

«Todavia podemos igualmente dizer que na vida da fé cresce também uma certa evidência desta fé. A sua realidade toca-nos, e a experiência duma vida vivida na fé assegura-nos que de facto Cristo é o salvador do mundo.»


(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Testemunho de João


«No dia seguinte, ao ver Jesus, que se dirigia para ele, exclamou: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! É aquele de quem eu disse: 'Depois de mim vem um homem que me passou à frente, porque existia antes de mim.'
Eu não o conhecia bem; mas foi para Ele se manifestar a Israel que eu vim baptizar com água.» E João testemunhou: «Vi o Espírito que descia do céu como uma pomba e permanecia sobre Ele. E eu não o conhecia, mas quem me enviou a baptizar com água é que me disse: 'Aquele sobre quem vires descer o Espírito e poisar sobre Ele, é o que baptiza com o Espírito Santo'. Pois bem: eu vi e dou testemunho de que este é o Filho de Deus»

(Jo 1, 29-34)

Testemunhas autênticas

«Ouve-se repetir, com frequência hoje em dia, que este nosso século tem sede de autenticidade. A propósito dos jovens, sobretudo, afirma-se que eles têm horror ao fictício, aquilo que é falso e que procuram, acima de tudo, a verdade e a transparência.
Estes "sinais dos tempos" deveriam encontrar-nos vigilantes. Tacitamente ou com grandes brados, sempre porém com grande vigor, eles fazem-nos a pergunta: Acreditais verdadeiramente naquilo que anunciais? Viveis aquilo em que acreditais? Pregais vós verdadeiramente aquilo que viveis?
Mais do que nunca, portanto, o testemunho da vida tornou-se uma condição essencial para a eficácia profunda da pregação. Sob este ângulo, somos, até certo ponto, responsáveis pelo avanço do Evangelho que nós proclamamos»

(Exortação Apostólica ‘Evangelli Nuntiandi’, n. 76 – Paulo VI)

São Paulo - As «Grande Epístolas» - V

Romanos (2)



Depois de uma longa saudação, cheia de interesse teológico, estende-se numa visão da humanidade não redimida, afastada e com inimizade com Deus depois da queda de Adão. Contempla a degradação moral dos gentios e os pecados semelhantes dos Judeus, para concluir com a absoluta necessidade da Redenção de Cristo para alcançar o perdão de Deus e a graça. Quatro noções nos parece importante sublinhar para entender a Epístola: o pecado, a morte, a carne e a Lei. Delas se tratará mais adiante, na Introdução à «Teologia» de São Paulo. O homem não redimido, submetido a essas quatro forças, só poderá livrar-se delas pela obra da Redenção operada por Cristo Jesus. A salvação provém, pois, unicamente de Jesus Cristo Nosso Senhor, e a ela aderimos pela fé, dom gratuito de Deus, não efeito das nossas obras. Mas uma vez abertos para a fé, e mediante o baptismo que nos enxerta em Cristo, podemos e devemos fazer o bem, praticar a virtude, pelo Espírito Santo, que habita em nós e completa a obra da justificação operada por Cristo, tornando-nos santos e filhos adoptivos do Pai. Assim passamos do estado de inimizade com Deus ao de amizade, do de irredenção ao da graça, a ser uma nova criatura, aberta à esperança da glória dos filhos de Deus.
Na segunda parte da Epístola São Paulo aplica a doutrina anterior à vida e ao comportamento do fiel que abraçou a fé: vêm então, como conclusão, as exigências morais da fé, da «vida no Espírito», e os conselhos práticos do Apóstolo para se saber conduzir no meio do mundo que os rodeia, ainda por remir, mas que deve aproximar-se da salvação.
A Epístola aos Romanos representa um momento cume da Revelação divina transmitida pelo Apóstolo. O resto das cartas aprofundará alguns dos aspectos já esboçados na teologia recolhida em Romanos.




(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 439-440) Continua

segunda-feira, 23 de junho de 2008

São Paulo - As «Grande Epístolas» - IV

Romanos (1)

Ambas as cartas aos Coríntios tinham dado os seus frutos; a comunidade goza de saúde e fervor espirituais. As notícias das outras Igrejas locais fundadas pelo Apóstolo indicam que tudo corre bem com a graça do Espírito. Em vista disso, Paulo projecta estender o seu labor apostólico até à Hispânia, fazendo uma ampla escala em Roma, onde já se tinham estabelecido um bom número de cristãos. Mas antes queria passar por Jerusalém para o fruto da grande colecta que tinha reunido em favor dos fieis palestinenses, cuja situação económica estava em grande penúria. Será uma boa consolação para a Igreja mãe de Jerusalém sentir a mostra palpável da caridade e fraternidade dos irmãos de outros países. Com o fim de preparar devidamente a sua estada em Roma, escreve a grande Epístola aos Romanos, em Corinto, nos primeiros meses do ano 58. Esta carta, a mais longa de todo o epistolário paulino, foi considerada também a mais importante. Trata nela de pontos capitais sobre a doutrina e a obra redentora de Cristo, aprofundando e ampliando o dito aos Gálatas, carta esta que pode considerar-se como um primeiro esboço de Romanos.
Continua


(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 438-439) Continua

domingo, 22 de junho de 2008

«… hábito da mente pelo qual alcançamos um início de vida eterna, movendo o entendimento para que dê o assentimento às coisas que não vê»

(Suma Teológica, II, q.4, a.1 - São Tomás de Aquino)


«A fé cristã é, na sua essência, participação na visão de Jesus, mediada pela Sua palavra, que é a expressão autêntica da Sua visão. A visão de Jesus é o ponto de referência da nossa fé, a sua ancoragem concreta»


(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

São Paulo - As «Grande Epístolas» - III

Coríntios (2)

Questão delicada era então a legalidade ou não de comer a carne de animais sacrificados aos ídolos, que era vendida sem mais advertências no mercado. São Paulo recomenda-lhes que não criem por isso problemas de consciência, mas ao mesmo tempo evitem qualquer escândalo (caps. 8-10). Entre os temas maiores da Epístola estão a doutrina sobre a Eucaristia – a sua instituição na Última Ceia, a presença real de Cristo nas espécies eucarísticas e a disciplina que deve observar-se na sua celebração, assim como nas refeições fraternas ou ágapes que acompanham a Eucaristia (cap. 11) – e sobre a Ressurreição de Cristo e dos mortos (cap. 15). Entre o tratamento da Eucaristia e o da Ressurreição, o Apóstolo dá uma série de instruções acerca do discernimento e ordenação dos muitos carismas que o Espírito Santo – como dissemos – concedia à Igreja de Corinto.

Na segunda Epístola, fazendo a defesa da sua autoridade, traça as linhas mestras do ofício de Apóstolo, ao qual ele foi chamado directamente por Cristo e incorporado nos Doze. Nessas páginas mostra-se o coração de São Paulo, o amor pelos seus filhos na fé e a fortaleza do seu espírito e o sentido de responsabilidade que lhe exige a sua vocação. Como indicámos na cronologia da vida de São Paulo, pode dar-se por certo que o Apóstolo a escreveu no Outono de 57, em alguma cidade da Macedónia, pouco tempo (algo mais de um mês) antes da sua nova estada na cidade dos dois portos, que teria efectuado no Inverno do ano 57 ao ano 58.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 438-439) Continua

Razões da vergonha

Podem existir mil boas razões para Portugal ter acolhido no seu território o ex-vice-presidente congolês Jean-Pierre Bemba, o homem que esta semana foi detido, em Bruxelas, a pedido do Tribunal Penal Internacional, por acusação de crimes de guerra e contra a humanidade.Podem existir outras mil boas razões para o Estado português lhe ter concedido protecção, através do Corpo de Segurança Pessoal da PSP, durante os vários meses em que permaneceu na sua residência da Quinta do Lago, no Algarve.Pode ser que, ao acolher o pedido da ONU, formulado através da sua embaixada em Kinshasa, a diplomacia portuguesa tenha agido bem ao possibilitar a saída deste homem para o nosso país. Admito que possa ter evitado um novo banho de sangue.O que não existe é nenhuma boa razão para mentir aos portugueses sobre esta questão.Dizer, como fez o Ministério dos Negócios Estrangeiros, que o senhor Bemba pagava de seu bolso a segurança própria, para virmos a saber, no dia seguinte, e através da própria PSP, que a protecção concedida ao ex-dirigente congolês era oficial, tinha aval do Ministério da Administração Interna e era paga por todos nós, faz-nos apenas supor que nos estão a tentar enganar e Portugal tem algo a esconder neste processo.E isso, sim, é mau! Cheira a cumplicidade. E o estatuto de cúmplices é que nos pode envergonhar.


Graça Franco

(Fonte: site RR)

Bento XVI – alocução antes do Angelus de hoje

(22/6/2008) Perante o amplo e diversificado panorama dos medos humanos, a Palavra de Deus é clara: quem teme Deus não tem medo. Foi o que afirmou Bento XVI antes da recitação da oração mariana do Angelus com os cerca de 30 mil fiéis congregados ao meio dia na Praça de São Pedro, convidando-os a reflectir sobre a diferença que existe entre os medos humanos e o temor de Deus.O medo – recordou - é uma dimensão natural da vida. Desde pequenos experimentamos formas de medo que se revelam depois imaginárias e desaparecem; outras emergem sucessivamente tendo fundamento na realidade; estes devem ser enfrentados e superados com o empenho humano e com a confiança em Deus. Mas existe depois, sobretudo hoje, uma forma de medo mais profunda, de tipo existencial, que ás vezes desemboca na angústia: nasce de um sentido de vazio, ligados a uma certa cultura embebida de um difuso niilismo teórico e prático.O Papa recordou que o temor de Deus que as Escrituras definem como o princípio da verdadeira sapiência, coincide com a fé nele, com o respeito sagrado pela sua autoridade sobre a vida e sobre o mundo. Não possuir o temor de Deus equivale – explicou Bento XVI - a colocar-se no seu lugar, sentir-se o dono do bem e do mal, da vida e da morte. Pelo contrário, quem teme a Deus adverte em si a segurança que tem a criança nos braços de sua mãe: quem teme a Deus está tranquilo mesmo no meio das tempestades, porque Deus, como Jesus nos revelou, é Pai cheio de misericórdia e de bondade. Quem o ama não tem medo. O crente – concluiu o Papa – não se assusta diante de nada, porque sabe que está nas mãos de Deus, sabe que o mal e o irracional não têm a ultima palavra, mas o único Senhor do mundo e da vida é Cristo, o Verbo de Deus incarnado, que nos amou ao ponto de sacrificar-se a si mesmo morrendo na cruz para a nossa salvação. -Antes das saudações nas várias línguas o Santo Padre quis recordar as vitimas do naufrágio de um ferry que transportava mais de 700 passageiros: naufrágio causado pelo tufão "Fengshen" nas Filipinas. O Papa disse que soube com viva emoção da notícia do naufrágio. E manifestou a sua proximidade ás populações das ilhas atravessadas pelo tufão e explicou ter rezado pelas vitimas desta tragédia, entre as quais se encontram também crianças.Bento XVI referiu-se também ao bimilenário de nascimento do Apóstolo Paulo que nos preparamos para celebrar com um especial ano jubilar. O Papa fez votos de que este grande acontecimento espiritual e pastoral possa suscitar também em nós uma renovada confiança em Jesus Cristo que nos chama a anunciar e testemunhar o seu Evangelho, sem temer nada. E dirigiu o convite a todos para que se preparem para celebrar com fé o ano Paulino que se Deus quiser inaugurará solenemente sábado próximo na Basílica de São Paulo fora de muros, com a liturgia das primeiras Vésperas da Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São PauloDesde já confiamos esta grande iniciativa eclesial á intercessão de São Paulo e de Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos e Mãe de Cristo, fonte da nossa alegria e da nossa paz.-Bento XVI recordou depois que hoje em Beirute, a capital do Líbano é beatificado Yaaqub da Ghazir Haddad, um sacerdote da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e fundador da Congregação das Irmãs Franciscanas da Cruz do Líbano. Manifestando as suas felicitações ás suas filhas espirituais, o Papa fez votos de que a intercessão do beato Abuna Yaaqub, unida aquela dos Santos libaneses, obtenha para aquele amado e martirizado País, que já sofreu demasiado, progredir finalmente para uma paz estável.Bento XVI recordou ainda que neste Domingo, em Quebeque, no Canadá se encerrará o 49 congresso eucarístico internacional sobre o tema “a Eucaristia dom de Deus para a vida do mundo”. Possais cada dia estar cada vez mais próximos de Cristo, realmente presente na Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã, foram os votos formulados pelo Papa.

(Fonte: site Radio Vaticana)

sábado, 21 de junho de 2008

Missa da Coroação - Sanctus – Mozart

Sanctus

Sanctus, Sanctus, Sanctus,
Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt caeli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus qui venit,
in nomine Domini.
Hosanna in excelsis.

São Paulo - As «Grande Epístolas» - II

Coríntios (1)

De Éfeso, na Primavera do ano 57, dirigiu São Paulo a sua primeira Epístola aos Coríntios. O motim dos ourives obrigou o Apóstolo a abandonar precipitadamente a cidade e, da Macedónia, no Outono do mesmo ano 57, escreveu a segunda carta aos Coríntios. Naquela época, Corinto, encravado no istmo do seu nome, com dois portos, um no mar Egeu e o outro no Jónio, era uma das cidades comerciais mais importantes de todo o Mediterrâneo, onde arribavam barcos de toda a parte. Tinha uma matizada população, onde confluíam variadíssimas religiões, mas era também célebre pela sua degradação moral. Entre outras aberrações estava o culto de Afrodite e as mil «sacerdotisas», dedicadas ao culto da deusa, dentro do qual exerciam a chamada «prostituição sagrada». Estas e outras aberrações morais tinham criado um ambiente muito difícil para a recente cristandade de Corinto. Não obstante, a Providência divina cumulava de graças e carismas esta Igreja, centro de concorrência de tantas gentes.

A primeira Epístola aos Coríntios é muito importante do ponto de vista doutrinal e histórico. Um primeiro tema que o Apóstolo aborda é o da unidade da Igreja e dos Cristãos, por ocasião de certas divisões surgidas entre aqueles neófitos. São Paulo sublinha a necessidade da unidade de todos, o perigo de se deixar levar por gostos meramente humanos, e a obediência que lhe devem os Coríntios pela sua autoridade de Apóstolo e de pai na fé. Censura com energia alguns abusos morais mantidos por uns poucos convertidos, mas tolerados pela comunidade, como é o caso do incestuoso que continua a viver com a madrasta – coisa não estranha naquela sociedade -, e explicita a natureza do matrimónio e da virgindade, com passos que são fundamentais na doutrina cristã sobre estes temas (cap. 7). Continua


(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 437-438)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Hipocrisia

A tolerância que, por assim dizer, admite Deus como opinião privada mas nega a sua presença no domínio público, na realidade do mundo e da nossa vida, não é tolerância – é hipocrisia.

(Homília na abertura do Sínodo dos Bispos em 02/X/2005 – Bento XVI)

São Paulo - As «Grande Epístolas» - I

São chamadas assim as cartas ao Gálatas, 1ª e 2ª aos Coríntios, e aos Romanos, escritas todas durante a terceira viagem missionária (Primavera do ano 53 à Primavera do ano 58). Hoje ninguém discute a autenticidade paulina delas. É inquestionável a unidade de doutrina, estilo e mentalidade, e transparece em todas a forte personalidade de São Paulo.

Gálatas
Comummente data-se do ano 54 ou 55, durante a longa estada do Apóstolo em Éfeso. Já dissemos, que alguns poucos, não põem de parte certa possibilidade de que tivesse sido escrita em Antioquia da Síria, no ano de 49, pouco antes do concílio apostólico de Jerusalém. Um ou outro autor atrasa-a até ao ano 57, por sua doutrina ser semelhante à dos Romanos, inclusivamente como que um primeiro esboço desta.
O tema principal é a doutrina da liberdade dos cristãos relativamente ao cumprimento das complexas prescrições da Lei moisaica e dos seus complementos acrescentados pela tradição dos Escribas. Tratava-se da controvérsia com um sector de cristãos procedentes do judaísmo, que pensavam era necessária tal observância para a salvação, e que fazia pressão sobre os fieis da Galácia. São Paulo expõe com absoluta firmeza a liberdade cristã a esse respeito, doutrina, por outro lado, já estabelecida a instâncias suas pelo concílio apostólico de Jerusalém uns cinco anos antes. A controvérsia com os «judaizantes» oferece ocasião ao Apóstolo para explicar o valor redentor da Paixão de Cristo, em cuja obra salvífica nos inserimos, nós os Cristãos, pela fé e pelo Baptismo, com absoluta independência da Antiga Lei, já caducada na nova etapa da Salvação.


(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 437)
Continua

quinta-feira, 19 de junho de 2008

«Divina eloquia cum legente crescunt»

«As palavras divinas crescem com quem as lê»

(Homilia in Ezechielem 1. 7, 8: CCL 142. 87 [PL 76, 843 D] – São Gregório Magno)

São Paulo - As Cartas aos Tessalonicenses

Todos os estudiosos antigos e modernos estão de acordo em que as duas primeiras cartas de São Paulo foram a 1ª e a 2ª aos Tessalonicenses, escritas em Corinto, nos anos 50-52. Só um ou outro autor propõe a possibilidade, ainda que menos provável, de que tenha sido a Epístola aos Gálatas o primeiro escrito Paulino, redigido, nesse caso, pelo ano 49. As duas cartas aos Tessalonicenses contém o ensino de São Paulo a propósito de algumas questões levantadas pelos cristãos de Tessalónica, que então só há alguns meses se tinham convertido à fé, na primeira fase da segunda viagem missionária.

Fundamentalmente tratam da Parusía ou segunda vinda de Cristo e a ressurreição dos mortos, acerca das quais os neófitos de Tessalónica tinham ideias pouco claras e inquietações preocupantes. O Apóstolo desconhece o tempo de tais acontecimentos, pois não foi revelado e põe a ênfase na atitude espiritual da vigilância, seguindo os ensinamentos do Senhor, para nos encontre preparados, qualquer que seja o tempo da Sua vinda. Apresenta particular dificuldade a manifestação do «homem da iniquidade», o «Anticristo», sobre o qual também não se sabe, em última análise, quando aparecerá. Os Tessalonicenses não se devem inquietar, nem perder o tempo fazendo elucubrações sobre estas coisas, mas devem procurar viver santamente e trabalhar com honestidade; chega a admoestá-los: «Se alguém não quiser trabalhar, que também não conta».

As Epístolas aos Tessalonicenses, escritas uns vinte anos depois da morte de Nosso Senhor, são seguramente os dois escritos mais antigos do Novo Testamento (uma vez que o Evangelho de São Mateus só se conserva na sua redacção grega posterior) e, além dos seus ensinamentos perenes, abrem-nos o coração daqueles primeiros cristãos, recentes na fé, e da vida daquela comunidade, uma das primeiríssimas Igrejas fundadas por São Paulo no continente europeu.


(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 436-437) Continua

Veladas pela Vida - 25 de Junho - 21h30 - Mãe d'Água


As novas “Donas Brancas”

Perante o desespero de muitos e a dificuldade de satisfazer a ambição de riqueza de outros, as crises económicas são campo ideal para o nascimento de esquemas de geração de dinheiro fácil. Especuladores e gente sem escrúpulos vivem nas crises os seus melhores momentos.Neste quadro, as notícias surgidas no final da semana sobre o facto haver uma espécie de novas “Donas Brancas” do jogo não traria nada de novo.Novo é só o facto dessas “correntes”, ou “bolhas”, como os jogadores lhe chamam, se estar a generalizar à classe média/alta, com apostas de 50 euros para ganhar 400 a crescerem para dez mil euros para ganhar 80 mil.Alguns estarão já mesmo “viciados” e fascinados com os ganhos obtidos, subindo a parada das apostas. Os encontros entre apostadores são rodeados de todos os cuidados. Compram-se telemóveis que servem exclusivamente para marcar os encontros. Estes realizam-se em locais públicos. As apostas são feitas em notas, para não deixar rasto. Compram-se cofres para guardar os ganhos… Conhecem-se os relatos dos jogadores pelos jornais.E que dizem os agentes de justiça? Dos Magistrados do Ministério Público aos funcionários de Investigação Criminal? Que não sabem se é crime e que é preciso fazer um estudo aprofundado para o saber. Aqui, sim, abre-se a boca de espanto. Não sabem? Onde estão os impostos devidos por essas mais-valias? Para que serve a lei do jogo? Os ganhos de jogo já não são tributados? Nos países nórdicos, onde fugir ao fisco é visto pela sociedade como sinónimo de ROUBAR, não haveria dúvidas. Por cá, este tipo de dúvidas explica boa parte do nosso atraso.

Graça Franco

(Fonte: site RR)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

As Epístolas de São Paulo

A tradição cristã, desde as suas origens, reconheceu a paternidade de São sobre catorze das vinte e uma Epístolas que inclui o Novo Testamento. Assim, pois, quanto ao número de escritos, Paulo é o hagiógrafo neotestamentário mais prolixo; embora São João com três géneros de escritos (Evangelho, Apocalipse e três Epístolas) seja mais variado, e São Lucas, só com o Evangelho e o livro dos Actos dos Apóstolos seja aquele que escreveu maior número de páginas.

Na antiguidade greco-romana existiam dois géneros epistolares: as cartas familiares, comerciais, políticas, etc., e as epístolas propriamente ditas, espécie de tratados ou ensaios sobre um certo tema, dedicados a alguma personalidade, amigo ou familiar. Os escritos de São Paulo participam de ambos os géneros: são curtos enquanto mantêm um tom familiar, com as saudações, despedidas, recomendações, etc.; e epístolas enquanto contêm ensinamentos doutrinais mais ou menos desenvolvidos. Em qualquer dos casos são escritos inspirados, fonte de Revelação cristã, de valor permanente, ainda que com frequência tratem de questões que surgiram em circunstâncias concretas das incipientes Igrejas.

A ordem em que costumam ser editadas nas nossas Bíblias as Epístolas de São Paulo é artificial. Agrupam-se, em primeiro lugar, as dirigidas às diversas comunidades; depois as enviadas a pessoas particulares. A ordem dentro desta agrupação atém-se à extensão delas e à frequência do seu uso na literatura cristã, à excepção da Epístola aos Hebreus, que costuma colocar-se como a última de todas*. Não seguem, portanto, uma ordem cronológica, que é, porém, a que vamos seguir aqui na breve descrição das Epístolas paulinas, pois essa ordem facilitar-nos-á a compreensão do desenvolvimento doutrinal que o Apóstolo vai expondo.

* a autoria de São Paulo da Epístola aos Hebreus não é consensual, e disso mesmo nos dão conta os teólogos da Universidade de Navarra na introdução à referida epístola (vide Volume III – pág. 280-281) JPR

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 435-436) Continua

Livro recomendado – “Deus e os Ricos” - meditações a propósito o quadro “Vocação de S. Mateus” de Caravaggio


Editora – DIEL – Colecção Éfeso

Av. Almirante Reis, 142 – 1º Dto.Lisboa

Tel. 21 352 20 83 – Telemóvel 93 352 20 83


«A temperança...

… torna a alma sóbria, modesta, compreensiva; facilita-lhe um recato natural que é sempre atraente, porque se nota na conduta o domínio da inteligência. A temperança não supõe limitação, mas grandeza»


(Amigos de Deus, nº 84 – S. Josemaría Escrivá de Balaguer)

terça-feira, 17 de junho de 2008

São Paulo - IX

Cronologia da vida de São Paulo

Conhecemos algumas datas exactas ou muito aproximadas na vida do Apóstolo pela referência cronológicas que faz São Lucas nos Actos, pelas conexões de alguns episódios com a história profana e, finalmente, pelos dados que extrair-se das epístolas paulinas. Tudo isso permite situar os outros episódios menos conhecidos cronologicamente dentro de limites de aproximação que, no pior dos casos, não excedem os cinco anos. Segundo isto, pode dar-se o seguinte quadro cronológico (o hífen entre duas datas indica o tempo em que se deve situar o acontecimento. A barra entre duas datas indica que há uma alternativa entre ambas, segundo o sistema de datação):


Ano d.C. // Acontecimento


7-12
Nascimento em Tarso da Cicilia

Depois do ano 30
Estada em Jerusalém: estudos para rabino

34/36
Vocação para a fé cristã. estada em Damasco e retiro na Arábia

37/39
Primeira visita aos Apóstolos de Jerusalém

43-44
Estada em Tarso

44-45
Estada em Antioquia da Síria

Primavera 45 – Primavera 49
Primeira viagem missionária

49-50
Concílio de Jerusalém. Incidente de Antioquia

Fim do ano 49 ou começo do ano 50, até Outono do ano 52
Segunda viagem missionária

50-52
1ª e 2ª Epístola aos Tessalonicenses (Corinto)

Primavera de 53 - Primavera de 58
Terceira viagem missionária

Outono de 54 – Primavera do ano 57
Estada em Éfeso

54
Epístola aos Gálatas (Éfeso?)

Primavera de 57
1ª Epístola aos Corintios (Éfeso)

57
Visita a Corinto

Verão de 57
Viagem à Macedónia

Outono de 57
2ª Epístola aos Corintios

Inverno 57-58
Estada em Corinto
Epístola aos Romanos (Corinto)

Páscoa de 58
Estada em Filipos

Pentecostes de 58
Prisão em Jerusalém

58- 60
Prisão em Cesareia

Outono de 60 – Primavera de 61
Viagem marítima de Cesareia a Roma

Primavera de 61 – Primavera de 63
Primeiro cativeiro romano

62/54-57
Epístola aos Filipenses (Roma) (Éfeso?)

62
Epístola a Filémon e aos Colossenses (Roma)

Fins de 62 ou primeiros meses de 63
Epístola aos Efésios (Roma)

63-64
Viagem à Espanha (?)

64-67
Viagem à Ásia Menor, Creta e à Macedónia

65
Epístola 1ª a Timóteo. Epístola a Tito (Macedónia)

64-66
Epístola aos Hebreus (?) (Roma ?, Atenas ?)

66-67
2ª Epístola a Timóteo (Roma)

66-67
Segundo cativeiro romano e morte por martírio


(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 433-434)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

«Resgatar o tempo, …

… é sacrificar, quando chegue o caso, os interesses presentes aos interesses eternos, que assim se compra a eternidade com a moeda do tempo»

(Sermo 16,2 – Santo Agostinho)


Quão difícil é este resgate no mundo de hoje com os seus constantes apelos ao imediatismo. Ter a noção da efemeridade dos “bens” e “prazeres” que nos propõem se comparados com o verdadeiro bem, que é Deus Nosso Senhor e o Reino dos Céus, que Jesus Cristo Seu Filho nos anunciou, e com o real e verdadeiro prazer que é estarmos seguros do Seu amor eterno, é por si só uma enorme alegria.

Dirão os não crentes, jamais, trocar o certo pelo incerto, nunca!
Realmente sem o elemento essencial da fé e o racionalismo que ela nos assegura, sim, porque ter-se fé é ser-se racional, diria mesmo arriscando-me a que me apelidem de arrogante, ter fé é um acto superior de inteligência e muitos que categoricamente afirmam não a ter, fazem-no por absoluta ignorância dos textos Sagrados e por incapacidade total de os compreender ou por pura mandriice de os ler, mas ler não chega, há que estudá-los, lendo em paralelo o que ao longo dos séculos, Padres, Doutores da Igreja, Santos e grandes teólogos sobre eles comentaram.
Ah! Para o fazer é necessário tempo, pois, mas esse tempo é já um resgate.

(JPR)

São Paulo - VIII

A última etapa da sua vida


Os Actos dos Apóstolos terminam o seu relato perto do fim do primeiro cativeiro romano de Paulo; não tratam, pois, do último período, para o que devem ser extraídos os dados das epístolas pastorais do próprio Apóstolo (1 e 2 a Timóteo e a Tito) e de algumas notícias das tradições conservadas em escritos de fins do século I (Epístola I do Papa São Clemente) ou posteriores (Cânon de Muratori, pelo ano 180).

É provável que Paulo, muito pouco depois de ficar livre em Roma, tenha realizado o antigo projecto de pregar o Evangelho na Hispânia (Rom 15, 24.28), segundo parecem confirmá-lo 1 Clem 5,7; Cânon de Muratori, lin. 38-39, e algumas tradições locais, como a de Tarragona. Foi uma viagem breve, não mais de um ano de duração (cerca de 63-64), depois do que volta para o Oriente. Não se pode reconstituir o itinerário destas viagens. Só sabemos que voltou a Éfeso e dali a Macedónia. Também esteve em Creta, em Corinto e em Mileto.

É possível que tenha sido detido em Tróade e processado em Éfeso. Pelo Outono de 66 está de novo preso em Roma, donde continua a fazer quanto pode pelas igrejas. Deste segundo cativeiro não seria libertado, mas sofreu o martírio; segundo a tradição foi decapitado junto de Tre Fontane, em Acque Salvie, seguramente no ano 67.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 432-433) Continua

domingo, 15 de junho de 2008

Exortação aos leigos

«Mas como nesta época se levantam novos problemas e se multiplicam erros gravíssimos que pretendem destruir desde os seus fundamentos a religião, a ordem moral e inclusive a sociedade humana, este santo Concílio exorta de coração aos leigos para que cada um, segundo as qualidades pessoais e a formação recebida, cumpra com suma diligência a parte que lhe corresponde, segundo a mente da Igreja, em esclarecer os primeiros cristãos, difundi-los e aplicá-los certeiramente aos problemas de hoje»

(Conc. Vaticano II – Apopstolicam actuositatem, nº 6)

São Paulo - VII

Primeiro cativeiro de São Paulo


Chegados Paulo e os seus companheiros a Jerusalém, foram muito bem recebidos pelos irmãos, pelos presbíteros e por Tiago. Paulo explicou as maravilhas que Deus tinha operado entre os Gentios e as muitíssimas conversões. Alguns judeus provocam um tumulto contra Paulo, que teria sido linchado se o tribuno não tivesse intervindo com a coorte; é preso, mas o tribuno permite-lhe falar à multidão. O Apóstolo pronuncia então um sentido discurso, interrompido pela gritaria da multidão. Não sabendo como averiguar a causa de todo aquele motim, o tribuno manda açoitá-lo – a terrível flagelação romana – para que declare; mas Paulo apela para a sua cidadania romana, e aquele retira a ordem. De novo o tribuno procura averiguar a causa de tudo aquilo, convoca o Sinédrio, faz comparecer Paulo, que fala com grande habilidade; mas realiza-se uma conjura para o matar, da qual é salvo mediante o envio Cesareia Marítima sob custodia de duas centúrias da soldados. Ali é apresentado ao Procurador António Félix, que o retém preso dois anos, em ‘custodia militaris’, até que, sob o novo Procurador Festo, Paulo se vê obrigado a apelar para César, para evitar cair nas mãos dos Judeus. Paulo é, efectivamente, enviado a Roma de barco, sob a custódia de um centurião. São Lucas narra-nos as peripécias da viagem marítima: o naufrágio, o refúgio em Malta e o resto da viagem até Roma. Chegados ali, Paulo é posto em custódia mitigada, de tal modo que pode receber quantos acorriam a ele, pregando-lhes o Evangelho. Aqui acaba a narração dos Actos. Cumpridos esses anos, o expediente de Paulo deve ter sido suspenso, por não acorrerem acusadores nem acusação escrita; de facto, pela Primavera de 63 foi posto em liberdade.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 431-432) Continua

sábado, 14 de junho de 2008

Conhecimento

A leitura assídua das Sagradas Escrituras ainda que lidas e relidas ao longo da vida são sempre fonte de conhecimento e de sabedoria e da cada vez que o fazemos aproximamo-nos Dele e aprendemos algo de novo que nos torna melhores servidores dos Seus desígnios.

Bom Domingo!

(JPR)

«O princípio da sabedoria é o sincero desejo de ser instruído por ela, e desejar instruir-se é já amá-la.Mas amá-la é obedecer às suas leis, e obedecer às suas leis é garantia de incorruptibilidade. E a incorruptibilidade aproxima-nos de Deus»

(Livro da Sabedoria 6, 17-19)

«A natureza intelectual da pessoa humana aperfeiçoa-se por meio da sabedoria, que impele com suavidade a mente do homem para a busca e o amor da verdade e do bem. Penetrado por ela, o homem é guiado através das coisas visíveis para as invisíveis»

(Conc. Vaticano II – Gaudium et spes, nº 15)

Palavras de D. Javier Echevarría sobre a oração (castelhano) – Homenagem pelo seu 76º aniversário

São Paulo - VI

As grandes viagens missionárias (3)

‘Terceira viagem’

Volta a ser o livros dos Actos do Apóstolos (18, 23-21, 16) o que nos dá a trama deste período, mas completado agora por muitos pormenores tirados das cartas do próprio Paulo. Depois de uma nova estada em Antioquia da Síria, o Apóstolo visita as Igrejas da Galácia e da Frígia «e confortava todos os discípulos» (Act 18,23). Passou uns três anos em Éfeso, durante os quais colocou as bases desta importante Igreja local. A partir de Éfeso difundiu-se o Evangelho a Colossas, Laodiceia e Hierápolis da Frígia, e Paulo fez uma viagem de ida e volta para atender a igreja de Corinto. O motim dos ourives obrigou Paulo a abandonar Éfeso, e percorreu de novo a Macedónia e a Acaia, acompanhado por alguns discípulos.

Embarcando em Filipos, empreende viagem a Jerusalém, que será a última, pelo menos das que conhecemos. Faz escalas em Tróade, Mitilene, Santos, Trogilião e Mileto, onde convoca os presbíteros de Éfeso e lhes dirige um dos discursos mais memoráveis (Act 20, 27-38). Navega passando por Cos, Rodes. Pátara e, daqui, directamente para Tiro de Fenícia, avistando Chipre à esquerda. Permanece em Tiro uns dias com os discípulos dali, e reúnem-se na praia para fazer oração. Embarcando de novo, faz escala em Prolemaida e chega a Cesareia Marítima, onde os discípulos lhe pedem que não vá a Jerusalém, tendo em conta os vaticínios de Agabo sobre a prisão de Paulo. Mas o Apóstolo, acompanhado de alguns discípulos, sobre a Jerusalém.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 430-431) Continua

Missa da Coroação - Credo – Mozart

Credo

Credo in unum Deum,
Patrem omnipotèntem, factòrem caeli et terrae,
visìbilium òmnium et invisibìlium.
Et in unum Dòminium Iesum Christum,
Fìlium Dei unigènitum,
et ex Patre natum ante òmnia sàecula.
Deum de Deo, Lumen de Lùmine, Deum verum de Deo vero,
gènitum, non factum, consubstantiàlem Patri:
per quem òmnia facta sunt.
Qui propter nos hòmines et propter nostram salútem
descèndit de caelis.

Et incarnàtus est de Spìritu Sancto
ex Marìa Vìrgine, et homo factus est.
Crucifìxus ètiam pro nobis sub Pòntio Pilàto;
passus et sepùltus est,
et resurrèxit tèrtia die, secùndum Scriptùras,
et ascèndit in caelum, sedet ad dèxteram Patris.
Et ìterum ventùrus est cum glòria, iudicàre vivos et mòrtuos,
cuius regni non erit finis.
Et in Spìritum Sanctum, Dòminum et vivificàntem:
qui ex Patre Filiòque procèdit.
Qui cum Patre et Fìlio simul adoràtur et conglorificàtur;
qui locùtus est per prophètas.
Et unam, sanctam, cathòlican et apostòlicam Ecclèsiam.
Confìteor unum baptisma in remissiònem peccatòrum.
Et exspècto resurrectiònem mortuòrum,
et vitam ventùri saèculi.
Amen.

O fundo e a superfície

É o português mais famoso do mundo, venerado em todas as línguas e continentes!
Não, não vou falar hoje de futebol, mas sim do nosso Santo António!A sua fama de santidade foi tão evidente para todos – e os milagres foram tantos e tão extraordinários – que, alguns meses depois da sua morte, em 1232, o papa Gregório IX o proclamou santo.
Lisboa e Portugal rejubilaram com esta honra e, desde então, a sua devoção está entranhada na nossa identidade. Mas hoje, com o desgaste dos séculos, falar de Santo António é quase sinónimo de marchas populares, sardinha assada e manjericos, aos quais podemos ainda juntar uma ou outra procissão e um punhado de casamentos.
Não é que Santo António se importe com esta redução… O grande teólogo e doutor da Igreja soube sempre tirar partido das mais variadas circunstâncias da vida para falar de Cristo e propor a salvação a todos, sem excepção.
O que me parece é que aconteceu com Santo António o que está a acontecer com a fé na Europa: trocámos o sentido profundo das coisas pelo seu lado superficial.

Aura Miguel

(Fonte: site RR)

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O dever de ajudar

«Não digas: não posso ajudar os outros, pois se és cristão de verdade, é impossível que não o possas fazer (…). Se ordenamos bem a nossa conduta, tudo o resto se seguirá como consequência natural. Não pode ocultar-se a luz dos cristãos, não pode ocultar-se uma lâmpada tão brilhante»

(Homília sobre Act, 20 – São João Crisóstomo)

São Paulo - V

As grandes viagens missionárias (2)

‘Segunda viagem’

A fonte básica é Act 15, 36-18, 22. De Antioquia, Paulo e Barnabé partem para visitar as Igrejas fundadas durante a primeira viagem missionária. Não chegam a um acordo sobre a colaboração de Marcos. Barnabé, acompanhado de Marcos, partiu para Chipre enquanto Paulo, ajudado por Silas, percorreu as Igrejas da Síria e da Cilícia. Em Listra junta-se-lhes Timóteo. Continuam através da Frígia e da Galácia, fundando novas comunidades. Em Tróade, Paulo tem a visão nocturna do macedónio (Act 16, 9-10), depois da qual passam para a Europa, começando pelas cidades da Macedónia: Neápolis e Filipos. Aqui Paulo e Silas são açoitados e encarcerados, mas são libertados miraculosamente. Passaram para Tessalónica, enquanto Paulo foi acompanhado por alguns neófitos a Atenas, onde pregou aos Judeus na sinagoga a aos pagãos no Areópago. Partiu depois para Corinto, onde fundou uma nova Igreja e a atendeu durante ano e meio, ao fim do qual teve de ir-se embora perante a hostilidade de alguns judeus. Empreendeu o regresso a Antioquia acompanhado até Éfeso por Áquila e Priscila, casal neocristão, e dali embarcou para Cesareia Marítima na Palestina, subiu «para saudar a igreja» (Act 18,22), certamente a de Jerusalém, e dali regressou a Antioquia.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 429-430) Continua

Apresentado o documento de trabalho do próximo Sínodo dos Bispos. Fundamentalismo e leituras ideológicas da Bíblia preocupam Igreja Católica

Foi apresentado esta Quinta-feira [ontem], na sala de imprensa de Santa Sé, o documento de trabalho (Instrumentum Laboris) da XII Asssembleia-Geral ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em Roma de 5 a 26 de Outubro próximo, sobre o tema “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”. O “fundamentalismo cristão”, isto é, a obediência literal e acrítica aos textos sagrados, vai -se difundindo cada vez mais, não só entre os novos movimentos religiosos, mas também entre os Católicos, com o risco de gerar “erros graves” e “conflitos inúteis”. Esta preocupante situação é referida no “Instrumentum laboris” de preparação da Assembleia sinodal que vai ter lugar em Outubro, sobre a Sagrada Escritura. No documento, a Igreja põe de sobreaviso fiéis e pastores, não só sobre o fundamentalismo, mas também sobre as chamadas “leituras ideológicas” da Bíblia. Numa referência indirecta à chamada “teologia da libertação”, o texto fala de “pré-compreensões rígidas de ordem espiritual, social e política, ou simplesmente humanas, sem o suporte da fé”. Especial preocupação é expressa quanto ao “risco de fundamentalismo, com amplas implicações antropológicas, sociólogas, e psicológicas, mas que se aplica de modo particular à leitura bíblica e à sua interpretação do mundo”. A nível de leitura bíblica – adverte o texto preparatório do Sínodo – “o fundamentalismo refugia-se no literalismo, recusando-se a tomar em consideração a dimensão histórica da revelação bíblica, correndo assim o risco de não aceitar plenamente a própria Incarnação”. Se a forma extrema desta tendência é a “seita”, contudo “este género de leitura encontra cada vez mais aderentes entre os católicos”. “O carisma da inspiração (observa o texto agora difundido) permite afirmar que Deus é o autor da Bíblia, de um modo que não exclui o homem como verdadeiro autor de si mesmo”. “Na verdade, à diferença do que seria um ditar pura e simples (o texto sagrado), a inspiração não retira a liberdade e as capacidades pessoais do escritor, mas ilumina-o e inspira-o”. Concepção esta que distingue e de certo modo contrapõe o sentido das Escrituras do Alcorão, que os muçulmanos consideram literalmente “ditado” por Alá ao seu profeta Maomé. Serão cerca de 250 os padres sinodais que, em representação dos episcopados do mundo inteiro tomarão parte nos trabalhos do próximo sínodo. Esperamos e rezamos para que também os chineses possam estar presentes no próximo sínodo: foi com estas palavras que o secretario geral do sínodo D. Nicolau Eterevoc respondeu a quem lhe perguntava se desta vez poderá estar presente uma delegação da Igreja chinesa.Recordamos que este será o segundo sínodo geral que se efectua durante o pontificado de Bento XVI. O primeiro, dedicado á Eucaristia teve lugar em Outubro de 2005, poucos meses após a sua eleição, mas fora convocado pelo seu predecessor João Paulo II.Para este sínodo de Outubro próximo foi Bento XVI que escolheu o tema e estabeleceu algumas regras, entre as quais uma maior liberdade na discussão entre os bispos através de uma hora diária de discussão livre, mecanismo já experimentado com sucesso no sínodo precedente sobre a Eucaristia.Depois o Papa reduziu de 4 para três as semanas de trabalho sinodal para concentrar o debate e dar vida a uma discussão menos dispersiva e chegar rapidamente a uma síntese.

(Fonte: Radio Vaticana online)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Espírito de humildade

«A uma mentalidade “crítica”, com a qual o homem critica tudo à excepção de si mesmo, contrapomos a abertura ao infinito, a vigilância e a sensibilidade para a totalidade do ser, uma humildade de pensamento pronta a vergar-se à majestade da verdade, perante a qual nós não somos juízes mas mendigos. Só ao coração vigilante e humilde a verdade se mostra.»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

São Paulo - IV

As grandes viagens missionárias (1)

As linhas gerais para estes densos anos da vida do Apóstolo devemo-las ao trabalho historiográfico de São Lucas em Act 13,1-21,16. O centro da actividade apostólica de São Paulo á Antioquia da Síria, donde parte e para onde volta com excepção da terceira e última viagem, que acaba em Jerusalém. A partir daí podemos falar da última grande etapa da sua vida.

Primeira viagem

Conhecemos os dados fundamentais por Act 13,1-14, 28. Por iniciativa concreta do Espírito Santo, Barnabé e Paulo partem a propagar o Evangelho, acompanhados pelo jovem João Marcos, que chegará a ser o segundo evangelista. Pregam em bastantes cidades da Ilha de Chipre. Depois embarcam para percorrer as regiões da Panfilia e da Licaónia (zona sudeste da actual Turquia), onde também evangelizam em várias cidades e, em geral, acabam por encontrar a oposição violenta de uma parte dos Judeus ali estabelecidos. Em Listra, depois de rejeitar honras divinas, Paulo lapidado por instigação de alguns judeus chegados de Icónio e de Antioquia da Pisídia, onde Paulo tinha tido um discurso memorável aos Judeus e prosélitos. Regressam a Antioquia da Síria; ale levanta-se a primeira controvérsia com cristãos judaizantes, procedentes de Jerusalém, os quais pretendiam impor a observância da Lei moisaica aos fieis provenientes do paganismo.

Os cristãos de Antioquia decidem enviar Paulo e Barnabé a Jerusalém, para consultar o assunto com os Apóstolos. Estes, no chamado concílio de Jerusalém, estabelecem a completa liberdade dos cristãos, relativamente aos preceitos rituais, disciplinares, etc., da Lei moisaica.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 428-429) Continua

Livro recomendado – “Trabalho com qualidade, Graça em quantidade” de Scott Hahn


Editora – DIEL
Av. Almirante Reis, 142 – 1º Dto.
Lisboa
Tel. 21 352 20 83 – Telemóvel 93 352 20 83
e-mail: dielnet@gmail.com
www.dielnet.com

quarta-feira, 11 de junho de 2008

São Paulo - III

Conversão e primeiros anos na Fé Cristã

Mas quando se aproximava desta cidade, com procuração dos Sumos Sacerdotes para prender os Cristãos, apareceu-lhe Jesus Cristo ressuscitado, diante de cuja visão inegável, e do efeito da graça, se efectua a rendição de Saulo, convencido subitamente da sua atitude errónea. Foi o momento da sua conversão, de que o Apóstolo falará como de uma mudança radical na sua vida, graças ao chamamento directo feito por Jesus, imprevisto por Saulo, e considerado sempre por ele como a sua vocação divina.

Foi conduzido imediatamente a Damasco e instruído por Ananias, que tinha sido advertido sobrenaturalmente da vocação de Saulo. Recuperada a vista e as forças e baptizado, pôs-se a pregar a misericórdia e as maravilhas que Jesus, que lhe tinha aparecido realmente no caminho de Damasco, era o Messias e Filho de Deus. Pouco depois retirou-se para a Arábia (certamente zona a sudeste da actual Síria e voltou a Damasco, onde, ao mesmo tempo que continuava a ser instruído na fé cristã, prosseguia o seu testemunho acerca de Cristo Ressuscitado. Isso acarretou-lhe a perseguição dos Judeus, até ter de se esconder e fugir de noite da cidade, descido das muralhas pelos irmãos.

Deste modo chegou a Jerusalém, onde, depois dos bons ofícios de São Pedro e São Barnabé, foi acolhido pelos Cristãos, que desconfiavam, pela recordação do perseguidor. As disputas de Paulo com os Judeus puseram de novo em perigo a sua vida, e outra vez os novos irmãos cristãos o conduziram a Cesareia Marítima e, daí, embarcou para a sua cidade natal, tarso. Daqui passou para outras cidades da Cilícia e da Síria, onde continuou a dar testemunho da sua fé cristã durante uns quatro ou cinco anos, animado por São Barnabé. Este período terminou com uma nova viagem de Barnabé e Paulo a Jerusalém para levar uma colecta aos irmãos da Judeia.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 427-428) Continua

Audiência Geral: São Columbano, monge irlandês do século VI, evangelizador da Europa setentrional

Era um dos santos mais conhecidos ao longo da Idade Média – fez notar o Papa. Desenvolveu a sua actividade em diversos países da Europa ocidental, consciente da unidade cultural da Europa. "Com a sua energia espiritual, com a sua fé, com o seu amor a Deus e ao próximo, tornou-se realmente um dos Pais da Europa: ele mostra-nos também hoje onde estão as raízes das quais pode renascer esta nossa Europa", assinalou.Nascido na Irlanda, tinha vinte anos quando entrou num mosteiro, dedicando-se a uma vida de oração, ascese e estudo. Aos 50 anos, com uma dúzia de outros monges, empreendeu uma missão no continente europeu. Fundou três mosteiros em terra dos Francos, nomeadamente Luxeil, onde viveu vinte anos e escreveu a « Regra dos monges». O seu ideal monástico caracteriza-se por uma severa chamada à conversão e ao desapego das coisas terrenas, a fim de que o homem se abra livremente ao amor de Deus e a ele corresponda com todo o seu ser, reconstruindo deste modo em si mesmo a imagem de Deus. Nesse sentido, São Columbano introduziu no Continente a prática da confissão privada e a « penitência » correspondente, proporcional à gravidade do pecado cometido.

(Fonte: Radio Vaticana online)

terça-feira, 10 de junho de 2008

Dialogar

“Mesmo na prisão, há a possibilidade de rezar, de dialogar com Aquele que nos salva”

(Audiência em 12/III/2008 – Bento XVI)

São Paulo - II

Juventude e formação judaico-helenística

Nasceu em Tarso na Cilícia, cidade comercial e com alto nível cultural, onde passou a meninice e para onde voltou várias vezes mesmo depois da sua conversão. Era da tribo de Benjamim e ardoroso fariseu. Nas suas Epístolas chamava-se Paulo (Paulos), mas parece que antes da sua conversão preferia chamar-se Saulo (Shaúl): ter dois nomes, grego ou latino e hebraico, foi corrente entre os Judeus daqueles tempos moradores nos domínios do Império Romano. Em Actos é chamado Saulo até Act 13,9; a partir desse passo é chamado de Paulo. Em Tarso deve ter recebido educação normal de um filho de família remediada nas províncias helénicas do Império Romano. No seu epistolário mostra dominar o grego koiné como língua nativa, falada e escrita: tem grande facilidade de linguagem e expressão, mas não se preocupa com empregar expressões académicas. Desde jovem deve ter sido muito afeiçoado às provas atléticas, pois são frequentes as comparações e a linguagem atléticas para ilustrar a doutrina espiritual. Deve ter adquirido uma ampla cultura geral literária, filosófica e das religiões do mundo pagão. Mas não mostra interesse algum pelas descrições de paisagem e monumentos, que tantas vezes teve ocasião de contemplar.
Juntamente com essa formação que podemos chamar de helenística e humanística, sendo ainda jovem foi para Jerusalém, provavelmente para se formar como rabino; frequentou a escola de Gamaliel, é um dos famosos rabinos do seu tempo, e seguiu com paixão as doutrinas dos Fariseus. Provavelmente na sinagoga de Tarso tinha-se iniciado no conhecimento da língua sagrada hebraica, que dominou com perfeição na sua estada em Jerusalém, assim como o dialecto aramaico palestinense. Como era costume entre os rabinos, São Paulo exerceu um ofício: fabricante de tendas de campanha, skenopoiós, termo que pode designar também alguns dos ofícios subsidiários de tal artesanato, como correeiro ou tecelão de lonas.
Durante os seus estudos rabínicos em Jerusalém, provavelmente pouco depois da morte de Nosso Senhor, mostra-se decidido perseguidor dos Cristãos e toma a iniciativa de estender tal perseguição entre os bairros Judeus de Damasco.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 425-427) Continua

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ai de mim se não pregar o Evangelho (1 Cor 9,16)

Aquele que é capaz de acreditar e de dizer: «Encontrámos o amor!», não pode deixar de transmitir o que recebeu. Sabe que, ao proceder desse modo, não causa violência a ninguém, não destrói a identidade de ninguém, não arruína cultura alguma; pelo contrário, liberta-as para a sua possível grandeza.

(A Caminho de Jesus Cristo – Joseph Ratzinger)

São Paulo - I

Nota prévia:

Dá-se início hoje à transcrição de excertos da Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra com dados relevantes sobre o Apóstolo das gentes São Paulo. Procura-se desta forma divulgar a relevância de este grande Apóstolo de Jesus Cristo e incansável divulgador da fé em consonância com o ano Jubilar que brevemente terá início.

(JPR)

Fontes biográficas

São Paulo é o Apóstolo de cuja vida mais notícias temos, graças aos dados que se deduzem das suas Epístolas e às informações que oferece São Lucas nos Actos dos Apóstolos. Nem sequer de São Pedro e São João sabemos tento como de São Paulo. Não obstante, não podemos reconstruir a sua biografia completa, porque nenhuma dessas fontes teve tal intenção. De qualquer modo, combinando Epístolas com Actos podemos obter os traços mais importantes da sua personalidade – de modo directo através das Epístolas, ou solidamente fundados segundo os Actos – e os traços fundamentais do seu perfil biográfico, ainda que fiquem diversas lacunas para uma história completa desde a sua juventude até ao seu martírio.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 425) Continua

domingo, 8 de junho de 2008

Proclamar Jesus Cristo

«Porém, Jesus o despediu dizendo: ‘Volta para a tua casa, e conta quanto Deus te fez’. Ele foi e proclamou por toda a cidade quanto Jesus lhe tinha feito.»

(S. Lucas, 8, 39)

Nesta recta final que nos aproxima do Ano Paulino declarado pelo Santo Padre e com início no dia de S. Pedro e S. Paulo, procuremos imitar S. Paulo que foi um incansável proclamador da palavra de Jesus Cristo.
Não seremos capazes de o fazer com o seu brilhantismo, mas com fé e humildade tentemos à nossa dimensão, ser também “apóstolos” das gentes e procuremos desde já e para além da própria celebração que se estende por um ano, divulgar a Sua palavra, mesmo àqueles que já a conheçam, mas que a não têm cultivado e acarinhado.

(JPR)

Bento XVI: hoje Domingo ao meio-dia, comentando o Evangelho do dia, antes da recitação do Angelus

O Papa começou por recordar que no centro da liturgia da Palavra deste domingo se encontra uma expressão do profeta Oseias, que Jesus retoma no Evangelho “Quero o amor e não o sacrifício, o conhecimento de Deus mais do que os holocaustos”.

“Trata-se de uma palavra-chave, uma daquelas palavras que nos introduzem no coração da Sagrada Escritura” – sublinhou Bento XVI. O contexto em que Jesus faz sua esta passagem do profeta, é a vocação de Mateus, que uma celebérrima pintura de Caravaggio tão bem ilustra. Jesus vai a casa de Mateus, onde se encontra e está à mesa com tantos outros publicanos, todos considerados publicamente pecadores. Aos fariseus escandalizados ele responde: “Não são os sãos que têm necessidade do médico, mas os doentes… Não vim chamar os justos, mas os pecadores”.

“O evangelista Mateus, sempre atento ao elo que liga Antigo e Novo Testamento, neste ponto põe nos lábios de Jesus a profecia de Oseias: Ide e aprendei o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício.”

“É tal a importância desta expressão do Profeta que o Senhor a cita novamente noutro contexto, a propósito da observância do Sábado – prosseguiu Bento XVI. Também neste caso Ele assume a responsabilidade da interpretação do preceito, revelando-se como Senhor das próprias instituições legais.

“Portanto, Jesus, Verbo feito homem, reencontrou-se plenamente, por assim dizer, neste oráculo de Oseias. Fê-lo com todo o seu coração e realizou-se no seu comportamento, à custa até mesmo de ferir a sensibilidade dos chefes do seu povo. Esta palavra de Deus chegou até nós através dos Evangelhos, como uma das sínteses de toda a mensagem cristã:

a verdadeira religião consiste no amor de Deus e do próximo. É isso o que dá valor ao culto e à prática dos preceitos.

”Bento XVI concluiu dirigindo o olhar a Maria, para que, por intercessão da Mãe de misericórdia, possamos “viver sempre na alegria da experiência cristã”, em “filial abandono em relação a Deus, que é misericórdia infinita”. Poderemos assim fazer nossa uma conhecida oração de Santo Agostinho:

“Tem piedade de mim, Senhor. Eis-me aqui, não escondo as minhas feridas. Tu és o médico, eu sou o doente; Tu és misericordioso, eu mísero… Toda a minha esperança está na tua grande misericórdia”.

(Fonte: Radio Vaticana)

Nota: Sobre a pintura de Caravaggio vide primeira inserção do dia de hoje. Obrigado!

sábado, 7 de junho de 2008

Missa da Coroação - Kyrie – Mozart

Trabalho

«Trata-se de um meio necessário que Deus nos confia na terra, alongando os nossos dias e tornando-nos participes do Seu poder criador, para que ganhemos o nosso sustento e simultaneamente, recolhamos ‘frutos para a vida eterna ‘ (Jo, IV, 36)

(Amigos de Deus, nº 57 – S. Josemaría Escrivá de Balaguer)


Quando comecei a frequentar os meios de formação do Opus Dei, para além da linguagem directa, incisiva entusiasmante do seu fundador, que apenas recebi através da leitura e visão de alguns dos vídeos existentes, a ideia da santificação pelo trabalho atraiu-me logo.
Devo confessar, que inicialmente não certamente pelos melhores motivos, pois, por pura vaidade e falta de visão sobrenatural, via-a como uma mais-valia estritamente pessoal.
A frequência assídua desse meios de formação fizeram-me perceber que o meu ‘eu’ era o menos importante, remeter a Deus Nosso Senhor tudo que de bom fazemos no nosso dia-a-dia e pedir-Lhe ajuda para corrigir os erros, tendo-O sempre em mente, bem como as pessoas com quem lidamos, e procurarmos através dos nossos actos e do esmero nas tarefas que executamos, desde as mais simples, ser exemplos de vida cristã, era e é de facto o mais importante.
Mas atenção, não é tarefa fácil e com frequência a vaidade tenta ‘pôr a cabeça de fora’, mas Ele tem sempre a sua mão estendida para nos ajudar, saibamos nós ter a humildade de nos socorrermos d’Ele directamente ou por intercessão da Virgem Maria, do nosso Anjo da Guarda e dos Santos de nossa devoção.

Bom Domingo!

(JPR)

A chamada de Mateus - Caravaggio

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Reconciliação

«Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentar a tua oferta»

(S. Mateus 5,23-24)

«A verdadeira reconciliação entre homens que são adversários e inimigos entre si, só é possível, se se deixarem, simultaneamente, reconciliar com Deus».


(João Paulo II)

Cardeal Martini lamenta inveja, vaidade, calúnia e carreirismo na Igreja


A inveja é o “vício clerical, por excelência”, e os outros pecados capitais mais presentes na Igreja são a vaidade e a calúnia. Quem o afirma é o Cardeal Carlo Maria Martini, Arcebispo emérito de Milão, 81 anos, um dos nomes mais respeitados da Igreja Catóica no mundo.
O Cardeal Martini, que ao completar 75 anos, trocou Milão por Jerusalém, está a dirigir os exercícios espirituais na sede dos Jesuítas, na localidade de Ariccia, próximo de Roma.
Segundo ele, muitos dentro da Igreja estão “consumidos” pela inveja. Alguns não aceitam nomeações de outros para Bispo e este não é o único pecado capital entre os homens da Igreja. O Cardeal contou que costumam chegar às dioceses cartas anónimas, desacreditando seus membros. Quando estava em Milão, mandava destruir todas as cartas com calúnias.
D. Carlo Maria Martini denunciou também o vício da vaidade, precisando que na Igreja “é muito grande”.
“Continuamente – disse – a Igreja se desnuda e se reveste de ornamentos inúteis, numa tendência à ostentação, ao alarde”.
O Cardeal italiano citou ainda o “carreirismo” na Igreja, e especialmente, na Cúria Romana, onde “cada um quer ser mais que o outro”.


Internacional Rádio Vaticano 06/06/2008 16:55 1254 Caracteres 108 Jesuítas

Http://Www.Agencia.Ecclesia.Pt/Noticia_All.Asp?Noticiaid=60958&Seccaoid=4&Tipoid=42


O Cardeal Martini referir-se-á sobretudo à realidade italiana que pessoalmente conheço bem, sendo que ele próprio não está isento de actos de vaidade enquanto Bispo de Milão. Convidar a imprensa para divulgar “crismas”, se é que de tal se podem chamar, via internet, não passa de um puro acto de vaidade pessoal e de pseudo-progressismo.

Não deixa no entanto de ter razão em termos gerais; entre a comunidade eclesial italiana corre a seguinte tentativa de graça “há falta de vocações sacerdotais, mas não faltam vocações episcopais”, ora esta gracinha, de péssimo gosto, é por si só reveladora.

Mas também tenho o privilégio de conhecer homens excepcionais como Arcebispo Emérito de Florença, Cardeal Silvano Piovanelli, homem de uma extraordinária simplicidade e humildade, ou o sucessor do Cardeal Martini à frente da Diocese de Milão, que é a maior diocese da Europa com mais de 5 milhões de diocesanos, Cardeal Dionigi Tettamanzi, homem bondoso e humilde, pelo que não devemos tomar o todo pela parte.

Não para elencar todos os Bispos que conheço, mas o Bispo de Crema, Mons. Oscar Cantoni, é um homem maravilhoso, que me marcou quando ao despedir-se de mim no aeroporto de Lisboa, pediu-me humildemente para rezar por ele.

Infelizmente a sociedade italiana em geral e não apenas a eclesial, 29 anos depois de o Papa não ser um italiano, ainda não foi capaz de digerir esta realidade, pelo que tentar denegrir a Cúria, aonde muitos dos Cardeais também não o são, será no mínimo de mau gosto, diria mesmo, de muito mau gosto.

(JPR)

«Seja o vosso falar: …

Sim, sim; não, não. Tudo o que passa disto, procede do Maligno»

(S. Mateus, 5, 37)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Dizer a verdade

«Por ser animal sociável, o homem deve aos outros quanto for necessário para a conservação da sociedade. Ora bem, não seria possível a convivência entre os homens se não se fiassem uns dos outros convencidos de que se dizem mutuamente a verdade»

(Suma Teológica II-II, q.109, a. 3, ad1 – São Tomás de Aquino)


«O mundo vive da mentira; e há vinte séculos que a Verdade veio aos homens.É preciso dizer a verdade! E os filhos de Deus têm de fazê-lo. Quando os homens se habituarem a proclamá-la e a ouvi-la, haverá mais compreensão nesta nossa terra»

(Forja 130- S. Josemaría Escrivá de Balaguer)


Infelizmente a mentira, o faz de conta, o parece que é, mas na realidade não é, esmaga-nos constantemente, na vida política, social e económica, na publicidade e na informação, o que nos obriga a estar profundamente atentos e tentar descodificar as não-verdades que nos pretendem impingir.
Ora, sucede que na nossa boa-fé e por formação, não estamos muitas vezes apetrechados para nos defender, pelo que deveremos ser cautelosos e, digo-o com tristeza e mágoa, sempre à defesa sobretudo nas áreas que anteriormente identifiquei.
O ideal seria ter o tempo e a disponibilidade para consultar várias fontes sobre o mesmo tema, na sua impossibilidade, sejamos humildes de coração e não nos deixemos cair na tentação de comentar temas que não dominamos, para assim não contribuirmos, ainda que involuntariamente, à propagação da mentira.
As mensagens de correio electrónico são hoje muito utilizadas para efeitos difamatórios, pelo que jamais as deveremos reenviar a terceiros, sem ver, ouvir e ler os seus conteúdos.

A bem da verdade!

(JPR)


«… farás um inquérito, averiguarás e informar-te-ás bem. Se for verdade que essa abominação foi cometida no meio de vós»

(Livro do Deuteronómio 13, 15)